Para a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, o resultado da pesquisa Datafolha que mostra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando com margem confortável a corrida eleitoral para 2022 expressa adesão popular ao ex-presidente e desapontamento com Jair Bolsonaro (sem partido).
O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. Num eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula levaria ampla vantagem, com uma diferença de 55% a 32%.
"A pesquisa mostra que o Brasil quer uma nova oportunidade de crescer. Com justiça social, como foi no governo Lula. Ela mostra que o eleitor resgatou a esperança e confia no Lula e na reconstrução do país. Acho que o resultado reflete isso. Diante da crise que temos, do desgoverno que temos, tem esse resgate de esperança no presidente Lula. Por tudo que ele fez, tudo que representou o seu governo", diz Gleisi ao Painel.
"A pesquisa também confirma, no meu entendimento, a decepção com Bolsonaro e com aqueles que o apoiaram em algum momento, como [Sérgio] Moro, [João] Doria e [Luiz Henrique] Mandetta", completa a presidente do partido.
"Falta a eles um projeto claro para o país. Há pouco tempo estavam muito próximos do Bolsonaro. E até agora não conseguem se diferenciar em um projeto de desenvolvimento econômico", completa.
Todos esses ex-apoiadores do presidente estão em um segundo pelotão, embolados, mostra a pesquisa. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido), com 7%, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e, empatados com 2%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo), compõem esse grupo.
O ex-ministro da Integração, Ciro Gomes (PDT), aparece com 6%.
Gleisi afirma que o resultado da pesquisa não deve ter impacto imediato sobre as estratégias do partido e de Lula, já que, segundo ela, todas as articulações atualmente estão voltadas ao combate à pandemia e seus efeitos. Ela ainda ressalta que falta muito tempo até a eleição.
"Lula não se colocou como candidato ainda, isso não está definido. Depende de discussão com ele e com o partido. A pesquisa mostra a liderança forte dele, quase três anos sem colocar nome em pesquisa presidencial, aparece em primeiro lugar", diz Gleisi.
"Só vamos discutir processo eleitoral mais para o final do segundo semestre. Há um esforço do presidente Lula de se aproximar de todos os setores da sociedade que querem fazer esse enfrentamento à crise agora, na tentativa de achar algo que possa nos unir agora. O que pode nos juntar agora? Luta pela vacina para todos, apoio aos governadores, renda emergencial. Tentar buscar todos os setores que tenham disposição para essas lutas", conclui a petista.
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