A nomeação de Roger Alves Vieira para o cargo de diretor na Secretaria Especial de Cultura do governo federal, comandada por Mario Frias, resultou em um “mini-dossiê” difundido nos últimos dias por radicais nos grupos de aplicativos de conversa de servidores.
Intitulado “Mario Frias nomeia petista”, o documento sublinha passagens de Vieira pela administração do ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG) e de Juninho (PSB), ex-prefeito da cidade mineira de Mário Campos (49 km de Belo Horizonte) eleito em coligação com PT.
Nos grupos, servidores da secretaria questionam se Frias e seus aliados não sabiam da trajetória de Vieira.
Vieira, agora responsável pelo departamento de Registro, Acompanhamento e Fiscalização da secretaria, rebateu o material em mensagem enviada aos servidores em que afirma nunca ter sido filiado ao PT, nunca ter trabalhado para o partido ou ter concorrido a cargos eletivos pela sigla.
Ele diz que sua atuação no governo de MG e na prefeitura de Mário Campos teve caráter técnico —ele foi diretor de Ensino e Extensão da Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes) entre 2015 e 2016, no governo de MG, e secretário de Administração de Mário Campos entre 2017 e 2018.
Em seu currículo também consta que foi responsável interinamente pelo Departamento de Fazenda e pela Secretaria de Desenvolvimento Social em Mário Campos em 2018.
"Não consta, em minha trajetória profissional, nenhuma ocorrência de improbidade ou dano ao serviço, seja público ou privado. Não há nenhum relato de que a minha passagem por quaisquer instituições tenha resultado em prejuízo ou dolo, ou de que a minha saída tenha ocorrido de forma vexatória. Inexistem ocorrências de utilização dos cargos ocupados para desvio, para proveito próprio ou alheio", escreveu Vieira na carta (veja íntegra abaixo).
Ao Painel ele classificou o documento espalhado nos aplicativos de mensagem como fofoca, possivelmente com o objetivo de derrubá-lo para tomar seu cargo, e afirmou que sua nomeação no governo de Jair Bolsonaro, em 11 de maio, foi endossada por Frias, que já o conhecia e com quem dialogava a respeito da secretaria —Vieira trabalhava no Ministério do Turismo.
Ele também afirma que não há qualquer incompatibilidade política de sua parte em relação à atual gestão.
O currículo de Vieira diz que ele é formado em História pela Universidade Federal de Uberlândia, com especializações em Pedagogia e Estudos Diplomáticos e mestrado em História Social do Trabalho.
Em abril, o Painel mostrou que olavistas e outros radicais de direita que trabalham na Secretaria da Cultura de Bolsonaro têm elaborado dossiês fundamentados na orientação política de servidores que desejam que sejam exonerados ou promovidos.
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