Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel

Feminismo não pode ser proteção daqueles que matam mulheres, diz Manuela sobre possível machismo em CPI

Ex-deputada diz ser natural que CPI seja ambiente duro e que médica bolsonarista foi inquirida como cúmplice de um genocídio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Apesar de críticas de mulheres sobre as interrupções de Otto Alencar (PSD-BA) nas falas de Nise Yamaguchi na CPI da Covid, Manuela D'Ávila (PC do B) postou em seu Twitter um vídeo da sessão para criticar a médica.

Defensora das causas feministas, a ex-deputada afirma que “o feminismo não pode ser usado como proteção daqueles que estão matando milhares de mulheres no nosso país”.

Entretanto, ela diz não ter acompanhado o debate sobre possível machismo do senador porque estava tratando das ameaças que ela e a filha vêm sofrendo.

A ex-deputada usou suas redes nesta semana para denunciar as ameaças, inclusive de estupro, que sua filha de 5 anos recebeu após o pai de um colega de escola vazar sua foto em um grupo que espalha ódio nas redes.

A Folha mostrou que as interrupções de senadores durante a oitiva foram questionadas por senadoras na comissão e também se tornaram tema de comentários nas redes sociais —especialmente por bolsonaristas cobrando solidariedade feminista com a médica, que falou à CPI na condição de convidada e não convocada.

"Se ela [Nise Yamaguchi] se sentiu desrespeitada dessa maneira, se ela reivindica essa condição de mulher feminista, eu não sei", disse a ex-deputada.

"Objetivamente, a Dra. Nise estava lá na condição de médica oncologista, sendo inquirida por um conjunto de supostos crimes, inclusive de que ela foi cúmplice. Ela estava na condição de inquirida e não de entrevistada ou visitante. Então acho que é natural que seja um ambiente mais duro, sobretudo nas circunstâncias em que ela está sendo inquerida, como cúmplice de um genocídio", completou.

Apesar de terem entrado nesse debate, as bolsonaristas são, em geral, contra todas as políticas de igualdade de gênero.

Manuela afirmou que desconhecem o feminismo aquelas que apontam seletividade do movimento feminista, ou seja, de que há solidariedade com mulheres de esquerda, mas não com as de direita.

"Desconhecem quais são os conceitos que diferenciam feministas de mulheres que acham que a condição de gênero é superior a todas as outras. Eu indicaria mais leitura às pessoas que acham que todas as mulheres são iguais em todos os ambientes, no sentido político."

A ex-deputada afirmou ainda que a CPI é, sim, um ambiente machista. "Isso já se provou diversas vezes. Enfaticamente, da parte da turma do governo contra todas as mulheres que tentaram se manifestar. Quando as senadoras falam, são frequentemente questionadas", disse.

Manuela D'Ávila comparece na escola Santa Inês, em Porto Alegre, para votar nas eleições de 2020
Manuela D'Ávila comparece na escola Santa Inês, em Porto Alegre, para votar nas eleições de 2020 - Gustavo Aguirre/TheNews2/Agência O Globo

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.