O Ministério da Saúde está enviando 148 concentradores de oxigênio para cidades de Pernambuco, mas o critério de distribuição tem causado confusão. A avaliação é a de que o governo Jair Bolsonaro não levou em conta as situações epidemiológicas distintas das cidades ao fazer o planejamento de entrega.
Municípios grandes que não precisam urgentemente dos equipamentos, como Recife e Jaboatão dos Guararapes, se dispuseram a enviar os que irão receber para os municípios em situação crítica, em especial, no agreste pernambucano. A capital pernambucana deverá receber 25 concentradores, e a cidade vizinha, 19. No planejamento do ministério consta que as máquinas chegarão a partir de domingo (6).
Pequenas cidades do agreste, por exemplo, atravessam a pior fase desde o início da pandemia, com falta de leitos e de oxigênio. Os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Gilson Machado (Turismo) visitaram algumas delas no último final de semana.
Em Santa Cruz do Capibaribe, simularam a entrega de concentradores com equipamentos que foram enviados pelo governo estadual, como revelou o Painel.
“É um conjunto pequeno de municípios para o qual o ministério vai distribuir esses concentradores, grandes municípios, que neste momento não têm necessidade primordial de oxigênio”, disse André Longo, secretário de Saúde do governo Paulo Câmara (PSB), em reunião de gestores na segunda-feira (31).
A administração estadual solicitou mil cilindros de oxigênio, 500 concentradores e 200 mil testes para Covid-19. O Ministério da Saúde anunciou somente que enviará os 148 concentradores.
Perguntado ao Painel sobre os critérios para entrega de concentradores de oxigênio, o Ministério da Saúde disse em nota que a distribuição "é realizada a municípios com equipe de saúde exclusiva para atendimento domiciliar, a municípios aptos e cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e a iniciativas de atenção domiciliar que tenham experiência em suporte de programas de oxigenoterapia domiciliar."
A nota da assessoria de imprensa acrescenta que a distribuição dos equipamentos é feita "às secretarias estaduais e municipais de Saúde, em cumprimento a todos os critérios pactuados, de forma tripartite, com os conselhos que representam todos os estados e municípios brasileiros."
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