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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Motociata de Bolsonaro não teve moto de trabalhador e motoboys não têm o que comemorar, diz líder da categoria

Presidente de sindicato critica negligência com vacinação e política de combustíveis do governo federal

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Presidente do sindicato dos motoboys entregadores de aplicativo, Gilberto Almeida, o Gil, diz que a motociata em apoio a Jair Bolsonaro em São Paulo, no sábado (12), não teve participação da categoria e foi composta principalmente por membros de clubes de motociclistas, com veículos de alto valor e usados principalmente para lazer.

Ele afirma que não existem motivos para que motoboys comemorem. Semanas antes do evento, o Ministério da Saúde recusou pedido do SindimotoSP de colocar a categoria entre os grupos do Plano Nacional de Imunização.

Almeida diz que o pleito deles é similar ao dos caminhoneiros, incluídos entre os prioritários no PNI. Ele também afirma que a política de preços de combustíveis, que aumenta os custos dos entregadores, é outro ponto em que o governo federal falha —queixa compartilhada pelos motoristas de caminhão.

Em defesa da motociata, os filhos do presidente Carlos (Republicanos-RJ) e Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) mencionaram entregadores de moto nas redes sociais.

"Pelo visto cidadãos que só têm condições de trabalhar e se locomover de motocicleta, entregadores, motoboys, mototaxistas, amantes do motociclismo, entre outros, são os genocidas da vez. Daí o povão se revolta e os anjinhos beatos da impren$a vão dizer que estão sofrendo ataques", escreveu o vereador do Rio a respeito de coluna publicada na Folha. O senador compartilhou mensagem que diz que "tem petista cancelando iFood porque o entregador vem de moto."

“Quanto aos bolsonaristas quererem se segurar na nossa categoria, é só o Bolsonaro enxergar quantos motoentregadores participaram com seus bauzinhos dos movimentos que ele fez, e não só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro e Brasília. Isso deixa claro como está sendo vista a política dele”, diz Almeida.

"Quem reuniu com ele são esses caras de motoclubes que pensam igual a ele e que foram fazer firula para ele. Vieram comboios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Você viu moto de trabalhador? É porque trabalhador não tem o que comemorar. Gás de cozinha subindo, gasolina subindo, derivados de petróleo subindo, [os motoentregadores] mergulhados em precarização potencializada pelo governo federal", completa.

Rodrigo Ferreira, diretor de relações governamentais do sindicato, aponta que a única medida de benefício para motocicletas anunciado por Bolsonaro até o momento, a isenção de pedágio, tem com alvo justamente o público que prestigiou a motociata.

"É para motoclube, com moto de alta performance. O cara quer viajar, passear, e aí não paga o pedágio. O que trabalhador quer é capacitação, linha de financiamento, subsídio para gasolina", afirma Ferreira. "Estamos em um momento de precarização do trabalho com os aplicativos e o governo federal não tem interesse em criar um ambiente mais seguro para a categoria."

Almeida diz que, diferentemente do que o discurso bolsonarista quer fazer crer, não são todos os sindicatos que têm relação com o PT. O SindmotoSP, afirma ele, senta para conversar com qualquer político que tenha interesse em debater as necessidades do grupo. Disposição que ainda não encontraram na administração Bolsonaro, acrescenta.

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