Para Eugênio Aragão, advogado de Lula (PT) no processo contra empresário que ameaçou atirar no ex-presidente, a promotora Maria Paula Machado de Campos agiu partidariamente ao argumentar na ação que José Sabatini desferiu ataques em vídeo por estar comovido com a polarização política do Brasil.
Ela requereu rejeição da queixa-crime por calúnia e difamação apresentada pelo petista, como revelou o Painel. Aragão, ex-ministro da Justiça, diz que ela se comportou como advogada de Sabatini.
“O que é mais grave é o Ministério Público descer da imparcialidade de um fiscal da lei e virar partidário”, afirma. Maria Paula atua na comarca de Artur Nogueira do Ministério Público de São Paulo.
Ela afirmou que no contexto brasileiro de "intensa polarização política da sociedade", "com a multiplicação de notícias veiculadas pela mídia diariamente, sobre todo tipo de tema", não é de se estranhar que Sabatini tenha "se deixado comover", o que, segundo ela, não faz dele um criminoso.
"Coitado. De autor de um crime ele vira vítima. Vítima da polarização. Fica a indignação de ver o Ministério Público agir dessa forma, partidariamente", rebate Aragão.
Segundo a promotora, os advogados de Lula precisavam demonstrar que Sabatini, que xingou o petista de “filho da puta” e disse que ele havia roubado dos fundos de pensão, sabia que Lula era inocente e mesmo assim o atacou —o que, de acordo com a promotora, não fizeram.
"Ela inverte o ônus da prova. Somos nós, advogados da vítima, que temos que de antemao provar que ele fez algo de má fé. As imagens são muito fortes e falam por si mesmas. Isso aí chega a ser quase pilhéria", afirma Aragão.
Ele diz que vão contrapor a manifestação da promotora nos autos do processo.
Os representantes de Lula pedem R$ 50 mil referentes a danos morais e falam em efeito pedagógico. Eles dizem que só uma indenização significativa pode reprimir atitudes semelhantes às do empresário de Artur Nogueira (SP), que em sua defesa disse que o petista tentava enriquecer com o processo.
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