Um parecer de setembro de 2020 da secretaria municipal de Educação pode fazer com que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) escape sem arranhões significativos da crise ideológica e de fake news que hoje divide a Câmara Municipal.
Projeto de lei do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) estabelece em um de seus artigos o ensino de princípios da economia solidária na rede municipal de educação.
O projeto leva o nome de Paul Singer, em homenagem ao economista e fundador do PT morto em 2018, e cria o marco regulatório para a política de economia solidária na cidade.
Mesmo que não exista relação, vereadores conservadores passaram a associar o artigo ao que chamam de “ideologia de gênero” e pressionam o prefeito para o veto.
Eles acusam Suplicy de ter colocado um "jabuti" no projeto, um tema escondido e não relacionado ao núcleo do projeto, o que também não procede.
O parecer da secretaria de Educação, anterior à crise recentemente fabricada, já dizia que o artigo específico em questão não é necessário, dado que o Currículo da Cidade, lançado em 2017, abrange a discussão sobre a economia solidária.
O texto destaca que o currículo paulistano está alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável presentes na Agenda 2030 da ONU, que por sua vez incluem temas abordados pela discussão da economia solidária.
Com base nesse documento, já de conhecimento do prefeito, o artigo pode ser vetado como desnecessário com uma fundamentação técnica, e não ideológica.
O prefeito tem afirmado que ainda estuda o que fazer em relação ao caso.
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