Movimentos de direita contabilizavam caravanas de ônibus de 108 cidades para o ato de 7 de setembro na Paulista até a noite desta segunda (30), incluindo de estados distantes como RS, MS e ES. O número deve aumentar ao longo da semana.
Em redes bolsonaristas, circulam "manuais de conduta" para os ativistas, especialmente os que virão de fora. Entre as dicas, está escrever a data em faixas e camisetas, para provar que as imagens são do dia, e não de eventos anteriores.
Um destes "guias" diz que o ato será seguro porque a "a PM paulista promete estar em peso na avenida, não apenas trabalhando". Se houver provocação, "a regra é sentar e apontar o dedo na fuça do meliante".
Também recomenda-se usar camisa verde/amarela ou "com figura opressora" (como estampa de alguém armado) e jamais trajar vermelho. Pede-se ainda evitar caminhar por Largo da Batata e Anhangabaú, tradicionais redutos da esquerda.
Entre as faixas sugeridas pelos grupos estão: "Chega de ativismo político no STF", "Queremos o fim da ditadura da toga" e "Sem voto impresso não podemos confiar".
Os atos vêm sendo insuflados pelo presidente Jair Bolsonaro em um contexto em que sua popularidade tem derretido, sobretudo por causa da situação econômica.
Como o próprio Bolsonaro já disse, ele busca nesses protestos uma foto ao lado de milhares de apoiadores para ganhar fôlego em meio a uma crise institucional provocada por ele mesmo, além das crises sanitária, econômica e social no país.
Isolado, Bolsonaro perde apoio nas classes política e empresarial, além de aparecer distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em diferentes pesquisas de opinião sobre a corrida eleitoral de 2022. Em simulações de segundo turno, ele perderia também para Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), por exemplo.
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