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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Xingamentos a ministros, fala de intervenção no STF e ameaça à eleição motivaram pedido da PF por prisão de Jefferson

PF diz que o ex-deputado tem atacado integrantes de instituições públicas e o processo eleitoral brasileiro

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A PF sustentou seu pedido de prisão de Roberto Jefferson em cima de entrevistas, postagens no Twitter e um pronunciamento em que o aliado de Jair Bolsonaro pede intervenção no STF, chama ministros de urubus e coloca em xeque a realização das eleições em 2022.

O ex-deputado foi preso nesta sexta (13) no município fluminense de Levy Gasparian (a 140 Km do Rio de Janeiro).

A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no inquérito que investiga suposta organização criminosa digital voltada a atacar as instituições.

Em sua conta no Twitter, Jefferson chegou a compartilhar a hashtag #Barrosonacadeia após a atuação do ministro contra a proposta de voto impresso e criticou a abertura de apuração sobre a live em que o presidente atacou sem provas as urnas eletrônicas.

“O objetivo do inquérito aberto no TSE é impedir que o Presidente Bolsonaro possa se candidatar à reeleição. Querem encontrar um jeito de retirar os direitos políticos do Presidente. Isso é golpe!”, postou.

O ex-deputado também atacou Barroso, o TSE e o processo eleitoral em um pronunciamento como presidente do PTB ao dizer que sem voto impresso as eleições de 2020 não seriam realizadas.

“Se não houver voto impresso e contagem pública de votos, não haverá eleição ano que vem. Barroso pode até zangar, bater o pezinho. Né, Barroso? Mas se não tiver voto impresso e contagem pública, não terá eleição ano que vem”, afirmou.

Em entrevista ao jornal A Cidade Online, no dia 27 de julho, o ex-deputado afirmou que Barroso é comunista e ligado ao PSOL.

“É um homem do PSOL. Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que é uma casa de comunistas. É o que tem de pior. O que que sai de universidade pública hoje? Gayzismo, droga e comunismo”, afirmou em outra entrevista.

Em uma das entrevistas elencadas pelos investigadores, Jefferson também mira ministros do STF ao classificá-los de urubus e pedir uma intervenção de Bolsonaro na corte.

“Nós estamos precisando fazer uma limpeza. Começando pelo Supremo, o ninho dos urubus e das bruxas. As duas bruxas e os nove urubus. Nós temos que começar a limpar, aposentando aquela turma”, disse ao canal no YouTube Aliados do Brasil.

Na mesma entrevista, Jefferson defendeu “um movimento” de Bolsonaro com o apoio das Forças Armadas contra os STF e seus ministros.

“É que o povo está, assim, cansado. Está na expectativa de ver o poder real, o poder do cano do fuzil. Disciplinar esse caravançará, essa bagunça, essa babel que está na Corte de Justiça, que é hoje um poder paraestatal. O Supremo não é mais uma instituição”, disse.

“A reiteração dessas condutas, por parte de Roberto Jefferson, revela-se gravíssima, pois atentatória ao Estado Democrático de Direito e às suas Instituições republicanas”, disse o ministro Alexandre de Moraes ao ordenar a prisão do petebista.

Moraes assinou o mandado contra o presidente do PTB sem a manifestação da PGR, que não cumpriu o prazo dado de 24 horas para se posicionar.

As investigações em andamento na Polícia Federal por ordem do TSE e do STF são obstáculos para Jair Bolsonaro colocar em prática a promessa de diminuir a pressão no enfrentamento com ministros por causa do voto impresso.

Entenda aqui o inquérito em andamento no qual a prisão de Jefferson foi determinada.

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, durante entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, na sede nacional do partido, em Brasília (DF)
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, durante entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, na sede nacional do partido, em Brasília (DF) - Mateus Bonomi/Folhapress

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