A cúpula da Polícia Federal barrou a nomeação do delegado Thiago Delabary para a chefia da delegacia de combate ao crime organizado da superintendência do Rio Grande do Sul.
O investigador foi indicado para o cargo pelo superintendente da PF no estado e aguardava desde julho a nomeação.
Antes, ele ocupava a chefia da coordenação-geral de repressão à corrupção e à lavagem de dinheiro, uma das áreas mais sensíveis do órgão por hospedar o setor que investiga políticos, mas foi retirado assim que Paulo Maiurino assumiu a direção-geral da PF.
Durante a gestão de Delabary na coordenação, a PF solicitou a abertura de inquérito para investigar o suposto pagamento de propina ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, delatado pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Maiurino trabalhou na segurança do STF durante a presidência de Toffoli e mantém uma boa relação com o ministro.
Delabary atuou em investigações importantes nos últimos anos, como a do então presidente Michel Temer e os casos derivados do acordo de delação de executivos da Odebrecht.
Internamente, a decisão de barrar Delabary tem sido classificada como mais um ato controverso da gestão de Maiurino.
Em junho, a promoção do delegado Franco Perazzoni para o cargo de comando da área de Investigação e Combate ao Crime Organizado na superintendência em Brasília também foi barrada pela direção-geral.
A nomeação estava acertada, mas foi interrompida após o delegado deflagrar a operação Akuanduba e fazer buscas em endereços do então ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).
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