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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Grupo de advogados pede união em defesa da democracia contra 'horda de extremistas' do 7 de Setembro

Em texto, Prerrogativas destaca mensagem de Ricardo Barros (PP-PR) que fala em 'autorizar Bolsonaro'

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O grupo Prerrogativas, formado por advogados e outros profissionais do Direito, elaborou nota em que pede, por ocasião das manifestações de raiz golpista marcadas para 7 de setembro, união pela preservação das instituições democráticas do Brasil.

Segundo descreve o texto, elas estão sendo "desafiadas de modo criminoso por uma horda de extremistas, chefiados pela figura grotesca do atual presidente da República", Jair Bolsonaro.

No texto, o Prerrogativas destaca mensagem publicada nas redes sociais pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara que tem sido apontado pela CPI da Covid como um dos pivôs de escândalos de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19.

Nesta segunda-feira (6), o parlamentar escreveu que estaria viajando para Brasília para "autorizar o presidente Bolsonaro" a liderar uma "patriótica missão".

"Sinaliza uma transgressão de índole autoritária. Por essa razão, o parlamentar haverá de responder ante às instâncias éticas pertinentes, por sua bravata audaciosa e irresponsável, que escapa ao compromisso democrático que devem observar sem exceção os representantes do povo", diz o texto do Prerrogativas.

"É hora de reiterarmos nossa solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal, alvo de ataques e agressões absolutamente alheias às fronteiras de um convívio minimamente civilizado e regular perante a Constituição", continua a nota, que conclui com o aviso de que os advogados estarão "em estado permanente de vigilância e atenção."


Veja a íntegra da nota abaixo:

O grupo Prerrogativas, composto por juristas e profissionais do Direito, avalia como afrontosa ao regime constitucional democrático a mobilização ameaçadora à incolumidade do Poder Judiciário, desencadeada pelo presidente da República e seus apoiadores, em torno da data cívica do 7 de setembro.

Em aproximações sucessivas, tática militar de cartilha, o Presidente da República tem escalado o tom das ameaças de ruptura do regime democrático. Bolsonaro vem atacando sistematicamente o Supremo Tribunal Federal, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e os Governadores. Tem insuflado a insurreição de hostes das Polícias Militares contra seu comando civil nos Estados.

Hoje, 6/9, o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, foi às redes sociais com um discurso indisfarçavelmente golpista, ao sugerir que estaria indo a Brasília para “autorizar o presidente Bolsonaro” a liderar uma suposta “missão”, dirigida evidentemente contra as restrições que o Judiciário tem imposto a abusos atentatórios à democracia.

O parlamentar procura vincular essa pregação estranha ao Estado de Direito a uma deformada defesa da liberdade. Trata-se de um comportamento ofensivo aos predicados da República, que impõem a todos a submissão ao ordenamento jurídico, ainda que sob a proteção de garantias processuais previstas na Constituição.

O arroubo pretensamente libertário do líder do governo traduz perigosa conduta, generalizada entre os apoiadores do presidente, no sentido de pretenderem uma blindagem ante os limites próprios do regime das leis. Sinaliza uma transgressão de índole autoritária. Por essa razão, o parlamentar haverá de responder ante às instâncias éticas pertinentes, por sua bravata audaciosa e irresponsável, que escapa ao compromisso democrático que devem observar sem exceção os representantes do povo.

A mobilização que se projeta para a data nacional do 7/9, assim instigada por personagens como esse, não serve ao interesse público. Serve ao interesse pessoal do Presidente da República e de seus fanáticos apoiadores. É hora de reiterarmos nossa solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal, alvo de ataques e agressões absolutamente alheias às fronteiras de um convívio minimamente civilizado e regular perante a Constituição. E de nos unirmos em torno da preservação plena das instituições democráticas, desafiadas de modo criminoso por uma horda de extremistas, chefiados pela figura grotesca do atual presidente da República.

Permaneceremos em estado permanente de vigilância e atenção.

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