Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel

Bolsonaro inaugura obra hídrica em Pernambuco que ainda não pode distribuir água

Ramal do Agreste depende de adutora, que, segundo a gestão estadual, não foi concluída porque o presidente vetou envio de recursos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O presidente Jair Bolsonaro protagonizará nesta quinta-feira (21) a cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste na cidade de Sertânia, em Pernambuco.

Marcado para as 13h40, o evento faz parte do que foi batizado de Jornada das Águas pelo governo federal, uma série de viagens do presidente e de ministros para anunciar ou inaugurar obras hídricas em dez estados.

No entanto, o Ramal do Agreste não começará a cumprir a sua função de levar água às casas de mais de 2 milhões de pessoas em 68 cidades da região com mais escassez hídrica do estado após a inauguração feita por Bolsonaro.

Para entrar em funcionamento, o Ramal depende da conclusão das obras da Adutora do Agreste, que, de acordo com a gestão Paulo Câmara (PSB-PE), só não foram finalizadas ainda porque o próprio presidente da República vetou, em abril, o envio de R$ 161 milhões previstos para isso.

Jair Bolsonaro durante passagem por Sertânia (PE) em fevereiro
Jair Bolsonaro durante passagem por Sertânia (PE) em fevereiro - Alan Santos-19.fev.2021/Presidência da República

Enquanto a conexão com o complexo da adutora não for concluída, o ramal inaugurado não cumprirá seu papel.

"Em todo o ano de 2021, nenhum único centavo foi repassado ao Governo de Pernambuco para o andamento das adutoras", diz a administração estadual, em nota.

"Deixando bem claro: em 2021, a União não realizou nenhuma transferência de recursos", o que, segundo a nota do governo pernambucano, fez com que o ritmo das obras fosse reduzido, "por conta da incerteza na disponibilidade financeira por parte do Governo Federal e não por conta da ordem de execução dos trabalhos."

O Ministério do Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho, critica a sequência de execução dos trechos da Adutora do Agreste escolhida pelo governo pernambucano. O ministro participará do evento em Sertânia.

Segundo a pasta, em nota, a administração estadual começou a obra física "do fim para o início", priorizando outros trechos que não o Ipojuca-Mimoso.

General Augusto Heleno, Jair Bolsonaro e Rogério Marinho durante evento no Ceará da Jornada das Águas
General Augusto Heleno, Jair Bolsonaro e Rogério Marinho durante evento no Ceará da Jornada das Águas - Alan Santos-20.out.2021/Presidência da República

"Caso o governo do estado tivesse executado prioritariamente este trecho, com a conclusão do Ramal do Agreste, a água do Projeto São Francisco chegaria aos municípios contemplados nesta etapa da Adutora", diz a pasta.

O ministério acrescenta que a Adutora do Agreste recebeu R$ 248,2 milhões do ministério nos anos de 2019 e 2020.

"Em verificação realizada em agosto de 2021, a pasta apurou a existência de R$ 47 milhões repassados pela União, mas não executados no caixa do Governo Estadual. Apesar disso, o MDR e o Ministério da Economia estão em tratativas para tentar viabilizar novos repasses."

Em sua nota, a pasta não comentou o veto de Bolsonaro aos repasses em abril.

O ministério também acusa o governo estadual de omitir em suas divulgações que "90% dos recursos da Adutora do Agreste são repassados pelo governo federal."

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.