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Diretor-geral da PF decide trocar chefe do órgão no DF, onde estão inquéritos de fake news e Jair Renan

DF tem algumas das mais delicadas investigações que estão em andamento

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O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu trocar o chefe da superintendência no Distrito Federal.

Hugo de Barros Correia entrou já nesta gestão, no meio de maio, ou seja, menos de cinco meses.

Apesar de ter sido nomeado pela atual direção, o policial foi uma indicação de outros delegados, acolhida por Maiurino. Eles nunca tiveram proximidade.

No início da noite desta sexta-feira (8), o governo federal publicou edição extra do Diário Oficial para concretizar a mudança.

O novo superintendente é Victor Cesar Carvalho dos Santos, 53, delegado do Rio de Janeiro. Ele foi por cerca de dez anos da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) da polícia no estado, tendo chefiado o setor por um período, e chegou a ser investigado por ser sócio de empresas de segurança.

O órgão no DF virou um ponto de incômodo para a cúpula da PF.

Lá estão algumas das mais sensíveis apurações em andamento. Os inquéritos sob relatoria de Alexandre de Moraes, do Supremo Federal Federal, como o de fake news, o sobre organização criminosa dos atos antidemocráticos e o da live feita por Jair Bolsonaro com ataque às urnas.

Todos esses estão nas mãos da mesma delegada, Denisse Ribeiro. Ela foi responsável, por exemplo, por pedir a prisão de Roberto Jefferson, aliado do presidente da República e chefe do PTB.

Na superintendência também está a investigação que mira negócios envolvendo de Jair Renan, filho 04 de Bolsonaro. A PF quer saber mais sobre uma empresa em seu nome e sua atuação junto ao governo federal. Recentemente, saiu de lá uma operação contra desvios de recursos no Ministério da Saúde.

A apuração sobre a interferência de Jair Bolsonaro no órgão chegou a ficar lá por algumas, mas voltou para a sede da PF quando Alexandre de Moraes decidiu afastar o delegado que conduzia o caso. Felipe Leal pediu diligências novas no inquérito com o objetivo de apurar atos do diretor-geral. O ministro do STF não permitiu a ação, se irritou com as medidas e o retirou.

A irritação de Maiurino com o DF começou nos primeiros dez dias após ter nomeado Correia, quando o então ministro Ricardo Salles foi alvo de busca e apreensão.

A operação foi criticada pela cúpula, sob argumentos diversos, como supostas falhas na apuração e também ausência de necessidade de divulgação das medidas judiciais cumpridas, o que é praxe na PF.

Episódios semelhantes se acumularam desde então.

Entre outros acontecimentos, a direção da PF vetou uma nomeação escolhida por Correia. O delegado Franco Perazzoni iria assumir um cargo de chefia na superintendência, mas o processo foi encerrado. Ele era o responsável pela investigação de Salles.

Correia foi avisado da sua saída nesta quinta (7) pelo chefe de gabinete do diretor-geral. O desejo de mudança, porém, já vinha de alguns meses.

Desde que chegou ao posto, Maiurino tem tirado do cargo aqueles que não se enquadram ao seu modelo.

Essa é uma das primeiras mudanças significativas envolvendo uma nomeação que ele mesmo fez.

Novo chefe do DF, Victor Cesar Carvalho dos Santos não tem histórico de atuação em grandes investigações. Ele coordenou a segurança do Papa Francisco na visita ao Brasil em 2013.

O delegado chegou a ser alvo de uma investigação por causa da sociedade em empresas de segurança, no ano de 2010. O caso depois foi arquivado a pedido do Ministério Público. A suspeita era sobre um dos sócios da Projeção Vigilância ser laranja.

Ele também foi sócio da BSA Vigilância e Proteção. As duas aparecem como extintas na Junta Comercial do Rio.

A Polícia Federal passa atualmente por uma turbulência. Maiurino promoveu uma série de mudanças e vem recebendo críticas internas. Ele se queixa internamente que pegou o órgão descontrolado.

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