A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, tem dito a interlocutores que o embargo à carne bovina brasileira deve chegar ao fim nos próximos dias e, por isso, sua viagem para a China não deverá ser necessária.
Por meio de carta durante a semana, a ministra colocou-se à disposição para tratar pessoalmente da demora na retomada das importações de carne pelo país asiático. No entanto, atualmente ela tem dito que avalia que o problema está sendo contornado à distância sem percalços.
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), liderança da Frente Parlamentar Agropecuária, diz que, com as informações que recebeu, tem convicção de que a situação será normalizada nos próximos dias.
"Até porque a China, mesmo sendo um país fechado, tem os importadores de carne, que são comerciantes. E eles podem dar desculpas para os consumidores de que a carne está faltando por um motivo ou outro, mas não por muito tempo. Com produto disponível e demanda para comprar, é muito difícil o governo segurar", diz Moreira.
"Mas certamente vão dar o recado de correção para o Brasil e seus diversos setores", completa.
O parlamentar afirma que o governo chinês também não vê necessidade em conversar com Tereza Cristina, o que, segundo ele, mostra que o problema não é na área dela.
"Não é uma questão sanitária ou do Ministério da Agricultura. Podem ser razões políticas ou a preparação para buscar uma queda de preço", conclui.
Como mostrou o Painel, lideranças ruralistas acreditam que a demora da China em retomar as importações tem relação com o desgaste diplomático gerado por Bolsonaro e seus apoiadores mais radicais nos últimos anos.
Ainda que os ataques tenham reduzido recentemente, o presidente e seus aliados já atribuíram a criação da Covid à China, por exemplo. Em maio, Bolsonaro sugeriu que a China faz guerra biológica com o coronavírus.
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