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Descrição de chapéu Folhajus

PF tira de investigação delegado que pediu busca e apreensão contra Salles

Franco Perazzoni tinha sido convidado para continuar no caso, mas chefe da PF do Pará mudou de ideia

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Um despacho do superintendente da Polícia Federal no Pará, Wellington Santiago, encerrou a atuação na operação Akuanduba do delegado que deu início à investigação. O inquérito causou desgaste no governo Jair Bolsonaro e tem como principal alvo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Logo após Salles deixar a pasta em meio às apurações, o caso saiu do Supremo com o fim do foro especial do político e foi para a primeira instância, ficando sob responsabilidade da PF do Pará.

Mesmo com a troca de competência, o policial Franco Perazzoni, que é lotado na superintendência do Distrito Federal, foi mantido inicialmente na investigação. A decisão de sua permanência foi tomada após um pedido de ajuda da própria chefia do Pará e da concordância da ex-cúpula do DF, no fim de setembro.

Apenas alguns dias depois, no entanto, o chefe da PF paraense mudou de ideia.

O então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles durante operação contra extração ilegal de madeira na Floresta Nacional Itaituba 2, no sudoeste do Pará
O então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles durante operação contra extração ilegal de madeira na Floresta Nacional Itaituba 2, no sudoeste do Pará - Soldado Bezerra (Força Nacional)/Divulgação

No meio de outubro, Wellington Santiago encaminhou novo ofício à PF no Distrito Federal, sob novo comando, para informar que, naquele momento, a superintência do Pará já estava "apta" a dar continuação ao caso. No documento, o chefe regional também ordenou a criação de um "plano de ação investigativa".

A mudança de rumo se deu em paralelo a um convite da direção-geral da PF para Wellington Santiago ser adido do órgão na Colômbia. A polícia confirmou ao Painel que a escolha para a missão internacional se deu em outubro e que ele deve sair em breve.

Por causa do recuo, o novo chefe da PF no Distrito Federal, recém-empossado, o delegado Victor César Carvalho dos Santos, respondeu em outro despacho.

Disse que antes a chefia do Pará "abriu mão" de conduzir a apuração e que o fato de ter tido mudança na chefia do DF não era motivo para trocar o delegado à frente do caso.

"Não basta dizer que a PF do Pará 'está apta', porque neste diapasão, a PF do DF também está apta em continuar conduzindo a investigação", escreveu dos Santos.

E continuou, fazendo deixar claro que, na sua interpretação, o chefe do Pará estava "avocando" o caso, ou seja, tirando Franco Perazzoni da apuração.

"Nossa interpretação do despacho, levando em conta o princípio de que a Polícia Federal é uma Polícia Nacional e que seus recursos humanos e materiais são iguais em todo território nacional, trazendo com isso a certeza de que a investigação sob análise não sofrerá prejuízo, é que a PF do Pará está 'avocando' a investigação, deixando claras as justificaticas para isso", afirmou o chefe do DF no documento.

O delegado Perazzoni foi responsável por solicitar ao STF a busca e apreensão contra Salles. Depois da deflagração da operação, criticada pela cúpula da PF, o delegado teve sua promoção barrada pelo diretor-geral, Paulo Maiurino.

Também foi essa ação que deu início a um incomodo da cúpula da polícia com o então chefe da PF do DF, Hugo Correia. Como revelou o Painel no mês passado, ele foi trocado menos de cinco meses depois de ter assumido.

Procurada, a PF afirmou que "em razão da declinação de competência da Justiça Federal no Distrito Federal para a Justiça Federal no Pará, local dos fatos, o inquérito policial está sendo conduzido por autoridade policial daquele estado".

A direção da Polícia Federal escolheu o delegado Fábio Andrade, do Rio, para comandar o Pará, como mostrou o site Metrópoles.

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