O influenciador bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido pela polícia, tem adotado uma estratégia de gato e rato com as redes sociais. Banido delas, ele tem criado novas contas e publicado conteúdo, até o momento em que é identificado e novamente bloqueado.
Ele utiliza o Telegram para divulgar as contas novas e conseguir rapidamente milhares de seguidores.
No Instagram, ele criou uma conta chamada "Guerra de Informação", que passou de 50 mil seguidores e foi bloqueada. Ele então criou uma nova, chamada "Ele Voltou Novamente", que já tem mais de 13 mil seguidores, entre eles o ex-chanceler Ernesto Araújo.
Nos stories, ele publicou um vídeo nesta segunda-feira (14) em que xinga o ministro do STF Alexandre de Moraes de "vagabundo", "criminoso", e diz que ele pode continuar a derrubar suas contas, já que ele continuará criando novas.
Ele ainda diz que o ministro "não vale nada" e canta músicas dizendo que vai criar outros perfis nas redes sociais.
Ele também tem utilizado a conta @allanvoltou no Twitter, com a qual participou de um Spaces (reunião virtual) com o secretário de Cultura Mário Frias na sexta-feira (11).
O influenciador bolsonarista está nos Estados Unidos desde que virou alvo de investigações de fake news e de ataques às instituições.
Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou sua prisão, pediu sua extradição e a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol, o canal de foragidos —o que até o momento não ocorreu, como mostrou a Folha.
Em tese, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, após receber os pedidos embasados em decisões do STF, a Interpol deveria incluir os nomes quase que automaticamente na lista, após verificação de formalidades, como é o padrão, para acionar a rede de países integrantes e efetuar a prisão ordenada.
Especialistas ouvidos disseram não ser comum o não cumprimento dos pedidos pela Interpol e não souberam informar outros casos como esses.
Segundo eles, a não inclusão pode ocorrer, por exemplo, em casos em que a autoridade que solicita não é competente, quando o país solicitante passa por convulsão social ou em situações excepcionais.
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