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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Senador diz que Ciro Nogueira barrou R$ 428 milhões em emendas por perseguição política

Marcelo Castro (MDB) diz que cortes promovidos pelo ministro atingiram hospitais universitários

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O senador Marcelo Castro (MDB) acusa o ministro Ciro Nogueira (PP), da Casa Civil, de vetar R$ 428 milhões em emendas relacionadas a ele sem qualquer critério para além da perseguição política.

Eles são líderes de grupos rivais que se enfrentarão nas eleições no Piauí, com Castro ao lado do atual governador Wellington Dias (PT) e Nogueira com o ex-prefeito de Teresina, Silvio Mendes (PP).

Castro diz que R$ 314 milhões em emendas da Comissão de Educação do Senado, da qual ele é presidente, foram vetados por Nogueira, além de R$ 44 milhões em emendas da bancada do Piauí e R$ 70 milhões de uma emenda para obras da BR-235.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), ex-ministro da Saúde
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), ex-ministro da Saúde - Claudio Belli-4.mar.2016/Valor Econômico

Nogueira, que não respondeu aos questionamentos do Painel sobre o tema, ganhou de Bolsonaro o poder de avalizar todas as mudanças feitas no Orçamento, que antes ficava concentrado no Ministério da Economia, como revelou a Folha.

"Os cortes foram em cima de hospitais universitários, universidades, Fiocruz, Embrapa. Tudo aquilo que uma pessoa que olhasse para o Orçamento e julgasse mais importante. O que as pessoas julgariam menos relevante foi preservado", diz Castro, ex-ministro da Saúde.

O ex-ministro afirma que as emendas de outras comissões, comandas por partidos ou parlamentares próximos a Nogueira, não foram cortadas, enquanto a maior parte das relacionadas a ele sofreram cortes.

Castro diz que as emendas de bancada e da comissão, definidas em colegiado, têm mais qualidade que as emendas de relator, que foram preservadas pelo governo federal.

"Para colocarmos uma emenda com recursos para o Piauí, é necessário que a bancada se reúna e chegue a um denominador comum diante de várias hipóteses sobre o que é mais importante para o estado. A emenda de comissão é a mesma coisa, definida pelos experts na área", afirma.

"O veto deveria ter começado pelas emendas de relator, e não pelas de bancada, que já foram discutidas e que já foi decidido pelos parlamentares que são mais importantes. A Comissão de Educação teve mais de 200 emendas. Reduzimos a quatro, depois de discutir e concentrar nas mais importantes. Tudo foi jogado fora porque foi vetado", completa.

O senador questiona o veto a uma emenda que destinava R$ 100 milhões para a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Ministério da Educação e que contribui com hospitais universitários federais.

"Como vetar recursos para hospitais universitários que vão formar profissionais e vão dar assistência para pessoas carentes? Está prejudicando a saúde do país. Não sei qual é a justificativa para vetar um recurso nobre desses. Queria saber. É porque dizem 'esse recurso é da Comissão de Educação, é presidida pelo Marcelo Castro'", afirma o senador.

"Não foi para isso que organizamos os estados ao longo da história. Precisa funcionar republicanamente, vendo o interesse do povo. Não havia nada mais importante a ser vetado? É ridículo. Tem R$ 16 bilhões em emendas de relator e nada foi vetado", completa.

Castro detalha um veto que, para ele, seria ilustrativo da mira de Ciro Nogueira sobre ele.

De R$ 74 milhões em emendas autorizativas (que podem ser vetadas) da bancada do Piauí, foram barrados somente os R$ 44 milhões em emendas conquistadas por Castro junto à senadora Simone Tebet (MDB-MS), relatora do Ministério do Desenvolvimento Regional no Orçamento de 2022. O restante foi acolhido.

As emendas do emedebista seriam destinadas para asfaltamento e obras em bairros de Teresina e para uma estrada da PI-392, conhecida como Rodovia da Soja.

"Estou entendendo que é algo dirigido contra mim. Lamento que a perseguição que é dirigida contra mim atinja o estado, trave o desenvolvimento e prejudique a população mais carente", completa Castro.​

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