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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Doria usa estrutura de governo para despedida em tom de comício

Discursos e vídeos em defesa de tucano foram feitos em auditório do Palácio e durante evento oficial; PT pede investigação

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São Paulo

O evento de despedida de João Doria (PSDB) do governo de São Paulo teve diversos elementos de um comício, o que é proibido pela Justiça Eleitoral no atual momento eleitoral.

Além disso, o ato ocorreu dentro de um espaço do governo estadual, o principal auditório do Palácio dos Bandeirantes, e durante um evento oficial, um seminário sobre municípios.

João Doria (PSDB), durante evento em que se despediu do governo, no Palácio dos Bandeirantes - Bruno Santos/Folhapress

Três atos oficiais foram assinadas por Doria durante o evento, em meio a gritos de guerra e discursos exaltando sua candidatura: foram dois decretos, sobre cidades inteligentes e a criação do distrito turístico de Iguape (SP), e um projeto de lei a respeito da organização das regiões do estado.

Houve ainda a exibição de um vídeo institucional produzido pelo governo do estado exaltando realizações de Doria, como o combate à pandemia e a geração de empregos.

Nas falas ao microfone, foram diversas referências explícitas à campanha.

"Brasil pra frente, Doria presidente", gritaram os presentes ao auditório, a maioria prefeitos e parlamentares aliados. As falas foram intercaladas com som de bateria de escola de samba e, ao final, chuva de papel picado.

Nos discursos, não houve muita intenção de disfarçar o caráter eleitoral do evento, ao contrário do que procuraram fazer os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Peço uma salva de palmas de pé para o futuro presidente do Brasil e governador de São Paulo", disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, também presidente do PSDB estadual.

Prefeito de Ribeirão Preto (SP), Duarte Nogueira (PSDB) disse que no auditório estavam "os fazedores, e não os faladores", referência a Doria e Bolsonaro, respectivamente.

"Estamos ao lado do João e do Rodrigo para avançarmos e não retrocedermos", afirmou Nogueira.

Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp), Sebastião Misiara fez um longo discurso em que criticou abertamente a candidatura do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), que deve disputar o governo do estado com apoio de Bolsonaro.

"São Paulo tem de ser governador por quem nasceu nesse chão. É inconcebível que venha alguém de fora querer nos governar, São Paulo não aceita. São Paulo conduz, não é conduzido", afirmou ao microfone, em referência ao fato de Tarcísio ser carioca.

Em razão do caráter eleitoral do ato, o PT decidiu acionar o Ministério Público Eleitoral por uso da máquina.

"É um absurdo utilizar um ato de renúncia para lançar sua candidatura. O TRE [Tribunal Regional Eleitoral] precisa investigar se não ocorreu abuso e uso da máquina administrativa", diz Paulo Fiorilo, deputado estadual do PT.

Em resposta, Vinholi disse que não pode impedir as pessoas de se manifestarem em eventos.

"O evento foi um encerramento de um congresso de uma instituição que nasceu em 1948. A imprensa foi convidada como um ato de transparência. Não podemos cercear as autoridades de falarem o que pensam por conta do medo que o PT tem do Doria", disse.

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