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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Centrais sindicais se desentendem antes de seu principal encontro anual

Força Sindical se incomodou com entrega de documento a Lula pela CUT antes da Conclat

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As principais centrais sindicais entraram em tensão dias antes de seu principal encontro anual, a Conclat (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras), que será realizada na quinta-feira (7).

O motivo foi a entrega por parte da diretoria da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de um documento com suas propostas para o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (4).

A ação gerou incômodo na Força Sindical, que então pediu uma reunião de emergência dos presidentes das centrais. Como as centrais elaboraram um documento conjunto para entregar aos presidenciáveis, que será divulgado na Conclat, os dirigentes da Força entenderam que a CUT se antecipou às demais e descumpriu o acordado.

Manifestantes de centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência
Manifestantes de centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência - Marlene Bergamo-31.mar.2017/Folhapress

Miguel Torres, presidente da Força, pediu uma reunião de emergência dos presidentes, que será realizada nesta terça-feira (5).

"Pegou o movimento sindical inteiro de surpresa. Participamos de muitas reuniões conjuntas, em nenhum momento foi dito que haveria algum evento antes da Conclat. As centrais têm autonomia, mas pegou mal que tenha antecipado o que faríamos na Conclat. Agora vamos conversar para que não tenha mais nenhum problema", diz Torres.

Sergio Nobre, presidente da CUT, diz ao Painel que, "por parte da CUT não há problema algum. Estamos juntos nessa luta".

No evento com a CUT, Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, mencionaram a entrega do documento unificado pelas centrais sindicais. A Força Sindical fez contato com o entorno do ex-presidente nos últimos dias para manifestar a contrariedade com a atitude da CUT, da qual Lula é fundador.

Além disso, a CSP-Conlutas, que assinou a convocatória da Conclat, decidiu que não participará do encontro. Isso porque considerou insatisfatório o documento unificado que será entregue aos presidenciáveis.

"A CSP-Conlutas sempre construiu pautas comuns para as lutas e manifestações, mesmo que não contivessem todas as nossas propostas. No entanto, não podemos concordar com o manifesto que sairá da Conclat, que aponta uma saída para o país que se limita a defender 'o desenvolvimento econômico produtivo com distribuição de renda'", completa.

"Por não dar uma resposta de unificação e fortalecimento das lutas diretas e atrelarem tudo ao calendário eleitoral, e apresentar um programa que não vai além da manutenção do sistema capitalista, além de não nos permitirem expressar nossas diferenças, nós não iremos à Conclat. Este encontro não trará avanço para a classe trabalhadora e visa apenas ser uma base de apoio à Frente Ampla nas eleições", completa.

Como mostrou o Painel, o documento que será apresentado na Conclat tem como destaques a revogação de pontos da reforma trabalhista, do teto de gastos e da autonomia do Banco Central, o reconhecimento de vínculo empregatício de trabalhadores por app, o fortalecimento do Ministério do Trabalho, a reversão do processo de desindustrialização e a retomada da ampla cobertura vacinal dos brasileiros.

Outros pontos que serão levantados serão a priorização da cooperação Sul-Sul, a implementação de políticas de aumento da progressividade dos impostos, o aumento da tributação sobre grandes heranças e riquezas, lucros e dividendos e a revogação do decreto que criou o programa nacional das escolas cívico-militares.

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