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Damares apoia líder integralista para a Câmara dos Deputados

Ex-ministra diz ao Painel que não conhece a doutrina; advogado afirma que é integralista do século 21

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São Paulo

A ex-ministra Damares Alves (Republicanos), que concorrerá ao Senado pelo Distrito Federal, publicou um texto em apoio a Paulo Fernando Melo da Costa, líder integralista também filiado ao Republicanos que disputará o cargo de deputado federal pelo DF.

No texto, a ex-ministra escreve que ela e Paulo estão juntos desde a década de 1990.

"Os pró-vidas, os pró -famílias, os ativistas conservadores católicos, evangélicos ou de outras religiões que passaram pelo Congresso Nacional nos últimos 26 anos, de uma forma ou de outra esbarraram com a dupla. Temos muitas histórias para contar. Dr. Paulo, dividir com o senhor esta nova caminhada vai ser uma alegria. Jamais imaginávamos um dia que chegaríamos a este desafio juntos", disse.

"A pauta da vida precisa de você com mandato", finalizou.

Ex-ministra Damares Alves e o líder integralista Paulo Fernando da Costa
Ex-ministra Damares Alves e o líder integralista Paulo Fernando da Costa - Reprodução/@damaresalvesoficial1

O integralismo é descrito por estudiosos como um movimento de extrema-direita de inspiração fascista criado por Plínio Salgado em 1932, dois anos após encontro com Benito Mussolini na Itália, caracterizado por um nacionalismo autoritário, pela defesa de valores religiosos e tradicionais e pela rejeição da democracia liberal.

Costa é reconhecido há anos por publicações integralistas como uma figura de referência do grupo.

Procurada pelo Painel, Damares diz que não sabe o que caracteriza um integralista e que conhece Costa há muitos anos e nunca falou com ele sobre o tema. Ela procurou o amigo, que confirmou ser integralista.

Segundo ela, seu ponto de contato com Costa é a luta contra o aborto.

"O Paulo é um grande defensor da vida humana. Ele também defende com muita veemência os valores cristãos. Mas nunca nos falamos sobre integralismo. Acabei de perguntar e ele disse que sim, que é integralista", afirma, acrescentando que ele é "gente boa demais".

O candidato a deputado federal, que também é advogado, diz ser um "integralista adaptado ao século 21, e não da década de 30, que não faz nenhum sentido."

"Sou adepto à trilogia que o integralismo defende : 'Por Deus, pela Pátria e pela Família', que agora o presidente Bolsonaro o PTB e o Republicanos acrescentaram liberdade", complementa.

Ele diz que fez parte da direção da Frente Integralista Brasileira no DF no passado e foi diretor da Casa de Plínio Salgado, fundada pela viúva de Plínio Salgado, Carmela Salgado.

Ele conta que trabalhou com Damares na Câmara dos Deputados e no Senado, foi professor dela de regimento interno e ocupou cargos de secretário-adjunto e assessor especial no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos enquanto a ministra comandou a pasta.

"Sou um advogado conhecido pelo trabalho pró-vida. Posições firmes", afirma, descrevendo-se como um patriota no século 21.

Costa diz que o integralismo aparecerá em sua pauta político-partidária por meio dos "princípios e valores apregoados pelos intelectuais integralistas no passado como Dom Hélder Câmara, Vinicius de Moraes, Miguel Reale, Gustavo Barroso dentre outros inspirado no primeiro mandamento bíblico ser um soldado que ama a Deus sobre todas as coisas, um sentinela da Pátria que zela por ela e um defensor da vida e da família."

Ele afirma que na quinta-feira (28) tomará posse da cadeira 33 do Instituto Histórico e Geográfico do DF, cujo patrono é Plínio Salgado.

Costa afirma que o integralismo é enxergado com um olhar turvo de hoje.

"O integralismo condenava o marxismo ateu com a mesma veemência do liberalismo, razão pela qual foi atacado por todos. Inclusive, Plínio Salgado foi mandado para o exílio pelo ditador [Getúlio] Vargas, mas mais tarde foi candidato a presidente da República e deputado federal eleito 4 vezes. O que estudo é o intelectual e escritor Plínio Salgado esquecido e injustiçado pela posição política da época", afirma.

Ele conta que tem quatro filhos: Plínio, Miguel (em homenagem a Miguel Reale), Carlos (em homenagem a Carlos Lacerda) e Inês (em homenagem a Inezita Barroso), e diz que se tiver mais um menino ele se chamará Enéas, em homenagem ao deputado federal falecido Enéas Carneiro, com quem ele trabalhou.

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