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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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500 mil negativados aderem a programa da Caixa que é trunfo eleitoral de Bolsonaro

Programa Sim Digital, lançado em 28 de março, faz parte de pacote de R$ 150 bi anunciado por Bolsonaro

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Cerca de 480 mil negativados aderiram ao Sim Digital, nova linha de microcrédito para empreendedores da Caixa Econômica Federal, desde 28 de março, data em que foi lançada.

O programa faz parte de pacote de Jair Bolsonaro (PL) para liberar mais de R$ 150 bilhões em recursos a trabalhadores e aposentados em ano eleitoral.

Aproximadamente 100 mil pessoas que aderiram ao Sim Digital recebem o Auxílio Brasil, segmento prioritário para o presidente.

Pesquisa Datafolha divulgada em março mostrou que Bolsonaro tem avaliação pior no grupo dos que recebem o Auxílio Brasil do que no conjunto da população. Apenas 19% consideram o governo ótimo ou bom neste segmento, contra 25% do total.

O levantamento também revelou que 68% dos beneficiários do auxílio de R$ 400 consideram insuficientes os valores recebidos. Segundo a pesquisa, o Nordeste concentra o maior número de beneficiários, 37%, região onde o principal adversário eleitoral de Bolsonaro, Lula (PT), tem mais força.

Para pessoas físicas, são disponibilizados valores de R$ 300 a R$ 1.000 no Sim Digital, com taxa de juros a partir de 1,95% ao mês e parcelamento em até 24 meses. Para empresas, os valores ficam entre R$ 1.500 e R$ 3.000, com parcelamento de 18 até 24 meses e taxa de juros a partir de 1,99% ao mês.

Os recursos têm que ser utilizados obrigatoriamente para empreendimentos, sendo vetado seu uso para o pagamento de contas.

Agência da Caixa Econômica Federal em Jaboticabal, no interior de SP
Agência da Caixa Econômica Federal em Jaboticabal, no interior de SP - Eduardo Anizelli-4.set.2020/Folhapress

A abertura para negativados é característica diferencial do Sim Digital, que tem R$ 3 bilhões de garantia no Fundo Garantidor do Microcrédito, administrado pela própria Caixa e com aporte do FGTS.

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, negou que o crédito vá endividar mais as pessoas.

"Elas já estão endividadas, só que elas não entram na base de dados do Banco Central", afirmou, dizendo que muitas famílias carentes recorrem a meios informais ou a agiotas para obter recursos, pagando juros maiores.

Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, durante cerimônia no Palácio do Planalto
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, durante cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira-1º.jun.2021/Folhapress

Para a Caixa, o programa pode ser uma espécie de "motor de arranque" para o microcrédito no país. Guimarães disse que os valores são ponto de partida para a operação do microcrédito. À medida que os tomadores forem quitando as parcelas, os bons pagadores poderão receber limites maiores para novas contratações.

"Quem está entrando tem crédito menor do que quem já pagou", disse Guimarães.

Com o respaldo de um Fundo Garantidor, outras instituições financeiras poderiam ofertar também essa modalidade de empréstimo, mas somente a Caixa até o momento decidiu operá-la.

O banco tem feito lives e publicado instruções detalhadas sobre como solicitar o empréstimo, o que acredita estar surtindo efeito na alta procura do produto.

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