Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) estão incomodados com o sigilo imposto por Aroldo Cedraz ao preço de venda da ação da Eletrobras. O relator argumenta ser necessário preservar o dado para não divulgar informação privilegiada a interessados na compra e não dá publicidade nem aos demais colegas.
Mas os titulares do TCU reclamam que se não tiveram acesso com prazo hábil para análise, acabarão tendo de pedir vista e adiando, ainda mais, a votação da capitalização da estatal. A previsão é de o tema ir ao plenário em 11 de maio.
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem pressa na votação. Há receio de a oferta de ações ficar muito próxima das eleições e espantar investidores.
Nesta quinta-feira (7), em um seminário na Corte sobre a venda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a pressionar e citou a guerra na Ucrânia para justificar a urgência em analisar a proposta.
"Vem uma segunda crise agora, uma guerra, que nos acelerou em direção à transição energética. A ideia de segurança energética, de risco geopolítico, é agora uma constante em nossas vidas. É um problema da maior gravidade e seriedade", disse.
O TCU já aprovou uma primeira etapa da capitalização. O modelo proposto é o de venda de ações para diluir o capital e, assim, reduzir a participação da União de 72% para 45% da empresa, menos da metade.
Procurado, Cedraz afirmou que o sigilo é imposto pelo detentor da informação, o BNDES. E que se dispõe a passar os dados aos ministros, caso seja solicitado.
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