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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Vereador que fez declaração racista em SP é investigado por suposto enriquecimento ilícito

Camilo Cristófaro teria efetuado transações no valor total de R$ 730 mil, o que seria incompatível com sua renda

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Alvo de processo de cassação na Câmara Municipal de São Paulo após ter utilizado frase racista durante sessão no começo do mês, o vereador Camilo Cristófaro (Avante) está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo por suposto enriquecimento ilícito.

Segundo a peça do MPSP, fundamentada em relatório de inteligência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Cristófaro efetuou transações financeiras entre janeiro e setembro de 2020 no valor de R$ 730 mil, cifra que pode revelar evolução patrimonial incompatível com sua renda.

O vereador Camilo Cristófaro durante entrevista à Folha
O vereador Camilo Cristófaro durante entrevista à Folha - Karime Xavier-5.out.2016/Folhapress

Cristófaro comprou um veículo por R$ 175 mil e pagou em espécie e fez seguidas transferências no valor total de R$ 15 mil para uma funcionária de seu gabinete, Flávia Sanches, diz a investigação. No começo da semana, o MPSP solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de ambos.

Em nota, Cristófaro afirma que aguarda com serenidade a intimação para prestar depoimento, pois seu patrimônio tem origem lícita, fruto de seu trabalho e de herança deixada pelos pais.

"Na condição de homem público, desde o início da investigação [Cristófaro] vem acompanhando e colaborando com as autoridades, na medida em que encara com naturalidade que aquele que tem vida pública, deve prestar todos os esclarecimentos as autoridades constituídas", diz o texto.

Flávia Sanches diz que Cristófaro transferiu o valor total de R$ 15 mil para ela após ter utilizado seu cartão de crédito, pois o dele estava com problemas. Sobre o carro pago em espécie, diz que nunca teve relação com ele e que se tratava de uma van, comprada em nome do vereador, usada por ele e já vendida.

Ela afirma que já prestou seu depoimento na delegacia.

Grafite na zona sul de SP chama vereador Camilo Cristófaro de racista
Grafite na zona sul de SP chama vereador Camilo Cristófaro de racista - Arquivo pessoal

Cristófaro utilizou uma expressão preconceituosa ("não lavaram a calçada, é coisa de preto") durante uma sessão no começo do mês e desde então sua cassação tem sido discutida na Câmara Municipal. Na terça (24), o plenário da Casa deu aval à abertura do processo.

Isolado na Câmara, o vereador do Avante lida com a forte pressão da opinião pública. Centenas de pessoas se aglomeraram em frente ao prédio da Câmara e diante de um caminhão de som durante a votação de terça.

O público gritava palavras de ordem contra o racismo e pedia a cassação. Parte da multidão vestia camisas e exibia cartazes contrários ao parlamentar.

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