O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou contrariado com o parecer, revelado pela Folha, no qual a Polícia Federal (PF) afirma que o Telegram não tem colaborado as investigações que envolvem a plataforma no Brasil.
O delegado Cléo Mazzotti, coordenador-geral de Repressão a Crimes Fazendários da PF, área na qual fica o setor responsável pelo combate aos crimes cibernéticos, afirmou em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, apesar de reuniões com os representantes da empresa, as respostas dentro das investigações ainda são insuficientes.
Bolsonaro reclamou a auxiliares que "a nossa PF", referindo-se à corporação na gestão de seu governo, não deveria ter uma postura de cobrança em relação ao Telegram.
O presidente aposta no Telegram como ferramenta para sua campanha à reeleição ao Planalto. Como mostrou a Folha, ele se reuniu recentemente com representantes da empresa para saber o que foi tratado numa reunião, na véspera, entre o Telegram e o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir indevidamente na Polícia Federal quando deixou o governo e um inquérito foi aberto para apurar a denúncia.
Moro disse que o mandatário afirmou na frente de ministros presentes que, se ele não concordasse com a substituição do superintendente da Polícia Federal do Rio, seria demitido.
O ex-ministro relatou que o presidente chegou a errar a função do superintende ao cobrar a troca do comando da PF fluminense. "Se eu não posso trocar o diretor de segurança do Rio, eu troco o DG [diretor geral]. Se eu não puder, em troco o ministro", teria dito Bolsonaro segundo afirmou Moro em depoimento à PF.
O Painel procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência para abrir espaço para a manifestação, mas não houve retorno até a publicação desta nota.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.