No vácuo da crise gerada com a divulgação de áudios sexistas pelo ex-deputado Arthur do Val, o MBL (Movimento Brasil Livre) decidiu apostar em uma mulher para levar adiante algumas de suas bandeiras.
Amanda Vettorazzo (União Brasil), 34, será candidata a deputada estadual defendendo a revisão do pacto federativo, principal proposta de Do Val quando ainda era postulante ao governo de São Paulo.
"São Paulo recebe migalhas do que manda para o Brasil em impostos. Não é tirar dos outros, é fazer o que é justo", diz ela, que defende uma transição no modelo, para que estados, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, possam se adaptar.
Embora essa pauta seja federal, ela diz que o próximo governador precisa se empenhar no tema, e promete pressionar o próximo ocupante do Palácio dos Bandeirantes, independentemente de quem seja, a adotá-la.
Vettorazzo é um dos principais rostos femininos do MBL, movimento que teve a imagem chamuscada junto às mulheres após o caso envolvendo Do Val. "O Arthur errou, como ele próprio admitiu, mas foi cassado não pelo que fez, mas pelo seu histórico combativo na Assembleia", afirma. O ex-deputado tem participado de eventos com ela.
A pré-candidata diz que não se encaixa em nenhum dos extremos no debate sobre gênero, seja o das ativistas de esquerda ou das conservadoras que defendem o papel tradicional da mulher como dedicada ao lar e submissa ao marido.
"Não sou feminista, nem antifeminista. Sou normal, como 90% das mulheres", diz ela, que morou durante três anos nos EUA trabalhando como bailarina num circo itinerante.
A pré-candidata se define como paulista "raiz", e um de seus projetos é a criação de Centros de Tradições Paulistas, à moda dos que existem para as culturas gaúcha e nordestina. Ela diz que seu compromisso com o estado está na pele: tem um mapa de São Paulo tatuado no braço.
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