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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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'É ridículo criticar e votar a favor', diz único petista contra PEC Kamikaze

Deputado Frei Anastácio, da Paraíba, diz que aprovar a proposta seria oportunismo

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Brasília

Único deputado do PT a votar contra a PEC Kamikaze, Frei Anastácio (PB) afirma ter tomado uma decisão pessoal contrariando o posicionamento de todo o partido.

Na sua avaliação, trata-se de uma medida estritamente eleitoreira com fim em dezembro. "Não compactuo com essa enganação ao povo brasileiro", disse.

"[O presidente Jair] Bolsonaro teve bastante tempo para implementar medidas em benefício do povo. Não adianta implantar medidas só para tentar conseguir votos com a miséria do povo. Eu não seria hipócrita de criticar e votar a favor", afirmou.

plenário em foto aberta, com poucos parlamentares presentes e muitas cadeiras vazias. Nas laterais, placares de votação
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional, nesta segunda-feira (11) - Roque de Sá/Agência Senado

Sua posição contrasta com a dos seus colegas de partido. Dos 56 deputados, só ele votou contra. Outros sete não votaram: AIrton Faleiro (PA), José Ricardo (AM), Marcon (RS), Rubens Pereira Jr. (MA), Rui Falcão (SP), Zé Carlos (MA) e a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann (PR).

"É ridículo você discutir que [a PEC] não presta e, ao mesmo tempo, aprovar. Que coerência é essa? Isso é oportunismo. 'Não presta, mas eu vou aprovar porque o povo está com fome.' Ora, isso eu vou discutir com a população na campanha", afirma.

Frei Anastácio disse que não comunicou seu voto contrário ao líder, mas, também, ninguém pediu para ele votar a favor. Disse que mesmo que pedissem, sua consciência não lhe permitiria.

O parlamentar criticou ainda a postura do Congresso que, segundo ele, se curvou ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para aprovar um benefício válido somente até o final do ano.

"É vergonha, compra de voto com recurso público", declarou.

O PT se posicionou contrário ao texto, criticou a forma, mas desde as negociações no Senado reconhecia que não teria como não dar os votos pela aprovação, pelo receio do impacto de negar benefícios à população em um momento de crise econômica.

Como a Folha ​mostrou, a pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em marcha um discurso para evitar que o pacote de auxílios articulado por Bolsonaro dê fôlego ao presidente nas pesquisas. A estratégia é reforçar a pecha eleitoreira das medidas e fazer um contraponto com programas do PT.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) que libera benefícios sociais com custo estimado em R$ 41,25 bilhões já passou pelo Senado —apoiada inclusive pela oposição ao governo— e teve o texto-base aprovado na Câmara na noite desta terça-feira (12).

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