Lideranças do PT avaliam que o almoço desta quarta-feira (13) entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sela o início de um entendimento de apoio à reeleição do mineiro ao comando da Casa em um eventual governo do petista.
Os dois ainda não se conheciam, apesar do acordo em Minas Gerais entre PT e PSD. No encontro, que durou quase três horas, Pacheco e Lula conseguiram conversar reservadamente por quase meia hora.
Ambos trocaram impressões sobre o cenário político, manifestaram preocupação com a escalda da violência e acertaram de voltar a se falar sempre que a ocasião demandar diálogo.
Também aproveitaram para tratar de declaração de Pacheco que desagradou Lula, por, na sua avaliação, colocá-lo na mesma prateleira do presidente Jair Bolsonaro (PL) no que diz respeito a discurso de ódio.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), que articulou o encontro, afirma o assunto da reeleição não foi tratado na ocasião, mas que a aproximação dos dois ajuda, evidentemente, em um cenário futuro. Para haver o apoio, no entanto, será necessário esperar o contexto pós eleição e os candidatos que se apresentarem.
Ainda assim, reconhece que a avaliação interna atual é de que Pacheco reúne atributos que o qualificam para um novo mandato no comando do Senado. Ele também ganhou pontos por cumprir o acordo feito com o PT de sempre ouvir os trabalhadores em votações importantes.
"Ele tem se mostrado uma figura neutra e equilibrada. Isso o qualifica a ser candidato apoiado pelo PT. É um bom começo", diz.
Antes de almoçar com Pacheco, Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) participaram de uma grande reunião com os parlamentares dos partidos coligados.
O encontro teve a presença de deputados envolvidos em disputas regionais com o PT, como Alessandro Molon (PSB), que quer concorrer ao Senado no Rio com o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o petista André Ceciliano.
Formou-se uma grande fila e, um a um ou com seus aliados nos estados, os pré-candidatos posaram para fotos que devem ser usadas na campanha nas redes sociais e em santinhos. Havia um banner ao fundo e uma boa iluminação para os registros.
Outra situação inusitada foi a presença dos pré-candidatos ao governo de Pernambuco Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (Solidariedade), que precisou deixar o PT para conseguir disputar. André de Paula (PSD), que concorrerá na chapa da deputada, também estava presente, mas, ao contrário de outros pré-candidatos, não conseguiu fazer a foto da chapa completa.
Quem também posou para registro com Lula e Alckmin foi o ex-presidente do PT Rui Falcão. Ele foi um dos principais opositores à aliança com o ex-tucano e chegou a participar de uma reunião cuja convocatória tratava Alckmin por "golpista neoliberal". O momento, no entanto, foi de descontração.
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