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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu forças armadas

Militares pedem a PT manutenção de reforma da Previdência e orçamento robusto

Oficiais que têm conversado com interlocutores de Lula também relatam desconforto com politização sob Bolsonaro

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Brasília

Embora mantenham oficialmente o discurso de que militares não devem entrar no debate político, lideranças do PT têm intensificado a busca por pontes entre os oficiais com vistas a pavimentar um caminho tranquilo em um eventual governo petista.

Esses interlocutores colhem impressões e tentam tranquilizar as Forças Armadas afirmando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende manter uma relação harmoniosa.

Recentemente, generais fizeram chegar à cúpula do partido as maiores preocupações hoje caso Lula seja eleito.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Brasília. (Foto: Lucio Tavora/Xinhua)

A primeira delas é manter os pontos principais da reforma da Previdência, que reestruturou parte da carreira militar. Aperfeiçoamentos são admitidos, mas manter o coração da reforma é considerado fundamental para as Forças, e a insistência do ex-presidente em defender a revogação de pontos aprovados é vista com apreensão.

A segunda é garantir um orçamento suficiente para manter os quartéis aparelhados e equipados e, principalmente, evitar que os principais projetos, como o submarino nuclear, fiquem defasados.

Por fim, esses oficiais pedem para ficarem de fora de discursos políticos. Em uma ala, há um desconforto muito grande toda vez que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala em "meu Exército", por exemplo, e usa a instituição como instrumento de barganha.

Nessas conversas, interlocutores de Lula lembram que a reforma dos militares foi aprovada com votos de parlamentares petistas e reconhecem os avanços em parte das mudanças.

Enfatizam também que o governo petista foi um dos que mais investiu em poderio militar, destacando a compra dos caças suecos e o próprio projeto do submarino nuclear.

Sobre manter os militares fora da política, há uma certa divisão. Um parlamentar que esteve com oficiais recentemente rebateu que hoje isso depende muito mais das Forças Armadas do que do presidente. A postura do ministro Paulo Sérgio Nogueira, sustentando o discurso conspiratório de Bolsonaro sobre as urnas, é citada como um exemplo ruim.

Um interlocutor próximo de Lula, no entanto, afirma que a avaliação do ex-presidente é de que Bolsonaro comete uma "crueldade" com os militares e que o objetivo do PT é "libertá-los do jugo das pressões políticas".

A tônica da argumentação é que Lula, enquanto governou o país, dispensou um bom tratamento aos militares e deverá se manter assim. Nessas conversas, é feito um mea culpa do período da ex-presidente Dilma Rousseff, quando a relação desandou, especialmente após a criação da Comissão da Verdade.

Na cúpula do partido, a ordem é evitar escolher ministros antes de ganhar a eleição, mas há preferência por um nome civil para a Defesa, justamente para apartar essa função política dos fardados. Com frequência, o nome do senador Jaques Wagner (PT-BA) é lembrado, por já ter exercido a função. O núcleo da campanha, no entanto, afirma que Lula tem outros planos para ele.

Além disso, esses generais que mantêm diálogo com o PT desaconselharam uma ruptura tão brusca e sugeriram oficiais da reserva como uma forma de fazer uma transição. Um dos lembrados foi o general Enzo Peri, que comandou o Exército na gestão Dilma, conhece o partido e é respeitado internamente.

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