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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Violência na campanha eleitoral pode ser inédita na história do país, avaliam presidentes de partidos

Militante petista foi morto por bolsonarista em sua festa de aniversário

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Brasília

A morte de um militante petista por um policial penal federal bolsonarista evidencia que a campanha eleitoral deste ano deve ter um nível de violência inédito no país, avaliam presidentes de partidos políticos.

Marcelo de Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos em festa temática a favor do PT quando o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho passou em frente ao local de carro e afirmou "aqui é Bolsonaro". Mais tarde, o policial penal retornou. O petista morreu após discussão e troca de tiros.

Para o presidente do PSB, Carlos Siqueira, o assassinato de Arruda é "profundamente lamentável e inaceitável".

Guarda municipal Marcelo de Arruda em sua festa de aniversário
Guarda municipal Marcelo de Arruda morreu na madrugada deste domingo (10) após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu - Arquivo pessoal

"O episódio do assassinato do líder petista em Foz do Iguaçu é revelador do nível de violência que poderemos assistir na campanha eleitoral deste ano, que pode ser sem precedente na história republicana brasileira", afirmou Siqueira.

"Desgraçadamente estamos numa sociedade dividida. Por isso mesmo penso que o tema da coesão social deve ganhar prioridade", disse.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, vê o crime como fruto da radicalização da política brasileira. "Esse que invadiu o aniversário é a demonstração de que o insano é irmão da tragédia", afirmou. "É um desastre imaginarmos que esse não seja o primeiro e único [crime]", complementou.

Questionado sobre se a campanha deste ano poderia ser a mais violenta da história, ele disse que "sem dúvida." "É um clima que vinha num crescendo e que, agora, você tem um presidente [Jair Bolsonaro] que, quer queira, quer não, é um elemento que facilita tremendamente essa marcha da insensatez. O outro lado [Lula] também não ajuda. Não chega ao mesmo ponto, mas também não ajuda."

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, tem avaliação semelhante. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro tem "insuflado a violência política de forma irresponsável". "Essa tragédia é responsabilidade direta dele", afirmou, acrescentando que será "inevitável" as campanhas reforçarem a segurança.

Gilberto Kassab, presidente do PSD, afirmou que "intolerância e ódio são ameaças à população e ao funcionamento do Estado democrático."

"Já passou o momento daqueles que têm tido condutas e manifestações que contribuem para um país conflagrado baixarem o tom", disse. "Política se faz com debate e diálogo, sem violência ou ameaças."

Na visão de Carlos Lupi, presidente do PDT, Bolsonaro "alimenta esta violência permanente com a intenção de melar a eleição".

No STF, um dos ministros disse reservadamente que o caso preocupa, mas que é preciso ter calma e esperar o resultado das investigações. Na avaliação dele, ainda são necessários mais detalhes sobre o que motivou o crime, pois, por enquanto, nada exclui que se trate de uma rixa antiga ou disputa pessoal.

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