A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) descartou adiar a decisão sobre a suspensão do uso de máscara em aviões após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fazer uma publicação sobre o assunto.
Na segunda-feira (15), o parlamentar postou uma foto de dentro de um avião com a proteção tampando apenas a boca, deixando o nariz de fora.
"Companhias aéreas têm que passar aviso da Anvisa nos voos falando que máscaras não são apenas para prevenir Covid, mas também outras doenças. Em outros países ela não é mais obrigatória. A depender da Anvisa essa ordem para uso de máscaras em voos será eterna. É o 'novo normal'", escreveu.
Quando a postagem foi detectada, a agência avaliou que não poderia adiar o assunto, que já vinha sendo debatido há semanas pelos técnicos e especialistas. Mesmo que, embora a pauta da reunião fosse pública e já estivesse definida havia uma semana, a publicação pudesse sugerir uma associação indevida da reclamação de Eduardo com a suspensão do uso do equipamento.
Prevaleceu a percepção de que o assunto era urgente e precisava ser enfrentado naquele momento. Por isso, a votação foi mantida.
Na quarta-feira (17), a agência suspendeu a obrigatoriedade de máscaras em aviões e aeroportos e passou apenas a recomendar o uso. O tema foi debatido pela Diretoria Colegiada (Dicol) em sua 15ª Reunião Ordinária Pública.
Em reuniões com técnicos nas semanas que antecederam a decisão, a avaliação era de que a máscara é uma das medidas não farmacológicas mais efetivas para a prevenção de coronavírus, mas já estava perdendo a adesão nos voos e aeroportos.
Ao manter a obrigatoriedade sem conseguir fiscalizar de forma adequada, o receio dos especialistas era de que, em uma eventual nova variante, quando o equipamento passaria a ter ainda mais importância, a população já estivesse cansada e máscara tivesse caído em desuso. Ao suspender, a expectativa é de que seja levada a sério caso seja necessário obrigar o uso novamente.
Além da mudança na determinação do uso de máscaras, o distanciamento também passa a não ser mais obrigatório. No entanto, medidas como o desembarque por fileira se mantém, algo que a Anvisa considera um legado da pandemia e que ajuda a evitar tumulto na saída das aeronaves.
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