Queimadas em terras indígenas do sul do Pará, uma das áreas do país em que o desmatamento é mais crítico, aumentaram em agosto mais do que na média da Amazônia, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Foram 6.242 focos de incêndio no mês, alta de 42% com relação a igual período do ano passado, e 5,8 vezes o número de 2018, último ano antes do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os dados se referem ao fogo nas terras indígenas de Baú e Menkragnotí, além de regiões de 100 km no entorno das duas.
Como comparação, o número de queimadas em toda a Amazônia em agosto também subiu com relação ao ano passado, mas numa proporção menor. O acréscimo sobre 2021 foi de 18%, e houve multiplicação por 3,1 sobre 2018.
Segundo o Instituto Kabu, que monitora a situação de forma regular, o cenário chama a atenção entre outros motivos porque as queimadas de roças nas terras indígenas geralmente são feitas com a presença de brigadistas.
Ou seja, o salto indica uma situação de descontrole na região, que se manifesta na qualidade do ar em Novo Progresso.
"Nos preocupa que a pressão só aumenta e o fogo chega nos limites dos nossos territórios", diz Mydjere Kayapó, vice-presidente do Instituto Kabu.
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