A prisão de Roberto Jefferson marca o fim melancólico do partido que ele controlava com mão de ferro até há pouco tempo, o PTB. Ela ocorreu apenas três dias antes de uma reunião que deve levar à extinção da legenda.
Está marcada para quarta-feira (26) uma reunião que deve sacramentar a fusão da legenda com o Patriota. A convocação enviada aos filiados não deixa dúvida sobre o que deve ocorrer.
A pauta, segundo o comunicado, é "apreciação, discussão e deliberação acerca da proposta de fusão da agremiação com o partido Patriota e consequente extinção do Partido Trabalhista Brasileiro".
Uma nova legenda surgirá, com outro nome. Na prática, o PTB, que elegeu apenas um deputado federal, será incorporado ao Patriota, que fez quatro e hoje é uma legenda maior.
O programa deverá ser de centro-direita. Os petebistas queriam incluir no estatuto temas conservadoras como a oposição à chamada "ideologia de gênero", mas os parceiros recusaram.
O evento terá grande significado simbólico, pelo peso histórico que tem o PTB. Fundado em 1945 por Getúlio Vargas, o partido foi recriado em 1981, quando o país iniciava sua redemocratização. Nos últimos anos, no entanto, sob o comando de Jefferson, distanciou-se de suas origens trabalhistas e aderiu ao bolsonarismo.
O que impulsionou as conversas foi a cláusula de barreira de 2% dos votos para a Câmara, que nenhum dos dois parceiros cumpriu. Juntas, elas ultrapassam o patamar.
A decisão sobre o comando da nova legenda ainda será tomada. Segundo os participantes da negociação, o episódio com Jefferson não teve impacto, pois ele já vinha se mantendo alheio às conversas.
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