O advogado Gustavo Covas, irmão do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) e neto do ex-governador Mario Covas (PSDB), entregou documento solicitando desfiliação do PSDB nesta terça-feira (4).

A decisão aconteceu no mesmo dia do anúncio do governador Rodrigo Garcia (PSDB) de que apoiará Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais.

Procurado pelo Painel, Gustavo disse que sua saída da legenda não tem relação com a movimentação do governador (veja nota abaixo).

Como mostrou a coluna, Rodrigo Garcia tomou a decisão de apoiar Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) sem consultar a direção partidária do PSDB em São Paulo, o que causou surpresa nos principais dirigentes tucanos.

Fernando Alfredo, presidente do PSDB-SP e um dos principais aliados de Bruno Covas, disse à coluna que a decisão do governador gera mágoa por, entre outros motivos, ignorar os ataques feitos por Bolsonaro ao ex-prefeito.

Em agosto de 2021, Bolsonaro se referiu a Covas como "o outro que morreu" ao criticá-lo por suas medidas de contenção da Covid-19 na capital paulista. Covas morreu de câncer em maio do ano passado.

"O Rodrigo chegou ao PSDB pelas mãos de Bruno Covas. Eu rodei os 58 diretórios com ele. Bolsonaro falou do meu irmão Bruno Covas, não dá. Eu perdi a mãe na pandemia. Não tenho como estar ao lado de um cara desses", afirma o presidente municipal do PSDB.

Bruno Covas foi quem assinou a ficha de filiação de Garcia ao PSDB, dias antes de morrer. Durante a campanha, o governador tentou ligar sua trajetória ao avô de Bruno, Mário Covas, e ao próprio ex-prefeito. Tomás Covas, filho de Bruno, foi um apoiador da campanha de Garcia.

Em nota, Gustavo afirma que não se desfilou "por insatisfação de declaração de apoio do Rodrigo Garcia ao Bolsonaro e Tarcísio".

"Se ele tivesse ido para o segundo turno, se ele tivesse declarado apoio ao Lula e Haddad eu teria me desfiliado igualmente. Eu pedi minha desfiliação em maio desse ano conforme emails com o diretório. Cada um vota em quem quiser. Eu não tenho nada a ver com isso", afirma.