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Descrição de chapéu indústria inflação

IBGE negocia com TCU atrasar dados do Censo usados para calcular repasses

Técnicos preveem risco de judicialização de estados e municípios dada a disputa em torno dos valores dos fundos de participação

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Brasília

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) negocia com o TCU (Tribunal de Contas da União) atrasar em alguns dias a entrega dos dados populacionais usados para calcular o FPM (Fundo Nacional dos Municípios) e o FPE (Fundo Nacional dos Estados). Há receio de atraso no primeiro repasse e de judicialização por parte dos entes federados.

Pela legislação, o instituto envia todos os anos ao TCU até 31 de outubro a população atualizada ou a estimativa para cada município. Com base nesses números são calculados os percentuais para cada cidade e cada unidade da federação.

Acompanhamento do trabalho em campo dos recenseadores do IBGE na comunidade de Paraisópoli (foto: Rubens Cavallari/Folhapress,Cotidiano) - Folhapress

Este ano, no entanto, com a perspectiva de concluir o Censo Demográfico, o IBGE solicitou a ampliação do prazo até esta segunda-feira (26), o que foi concedido. Como não foi possível concluir o recenseamento, o instituto negocia adiar ainda mais a entrega para conseguir incluir o maior número de cidades com dados atualizados.

Em reunião nesta segunda-feira (26), o presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, pediu para postergar a entrega para a sexta-feira (30). Os técnicos que participaram do encontro informaram que a sinalização do presidente do tribunal, ministro Bruno Dantas, teria sido dura e contra a dilação do prazo. Ele se comprometeu, então, a enviar até às 10h de quarta-feira (28), prazo considerado limite para o processamento das informações ainda em 2022.

De acordo com a assessoria do IBGE, 80% do Censo já está concluído. Portanto, seria necessário trabalhar com estimativas em apenas 20% dos domicílios. Algumas cidades poderão ter dados híbridos, ou seja, parte atualizados e parte feitos com base em projeções.

Internamente, a avaliação é de que o atraso é um problema muito grave e há receio de judicialização. Como os valores são objeto de constante disputa, seja por municípios que têm o coeficiente rebaixado, ou por aqueles que querem ampliar seus recursos, há expectativa de que a metodologia ou o atraso dos dados possa servir para questionamento dos valores.

Há receio também de que um atraso maior possa comprometer o primeiro repasse do FPM e do FPE, previsto para 10 de janeiro. Se os dados forem enviados até o dia 5 de janeiro, seria possível calcular os valores a tempo de enviar para o Banco do Brasil, responsável pelo repasse.

Procurado, o IBGE afirma que os números serão enviados até o final desta semana, e que a metodologia deve ser esclarecida nesta terça-feira (27), em coletiva de imprensa.

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