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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Disputa pela Eldorado leva a processo de irmãos Batista em Cingapura

J&F diz em nota que empresa asiática deu calote e 'não é familiar a transparência'

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A disputa entre a Paper Excellence e a J&F, holding controladora dos negócios da família Batista, pela venda da empresa de celulose Eldorado em 2017 ganhou um novo palco. 

Depois de embates na justiça brasileira, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e em arbitragem, vem à tona uma ação judicial em Cingapura.  

As empresas estão em confronto porque a J&F cancelou, em 2018, a operação em que vendeu a Eldorado para a Paper Excellence, em 2017.

A Paper Excellence anunciou nesta quinta-feira (25) que entrou com ação contra os irmãos Wesley e Joesley Batista, o pai deles José Batista Sobrinho, além de executivos da Eldorado Brasil no Tribunal de Cingapura. 

A empresa argumenta que houve "violação de deveres fiduciários e zelo perante a Eldorado Brasil" e que os executivos "violaram direitos estatutários e praticaram atos dolosos na negociação pela venda da Eldorado Brasil, enganando investidores e os induzindo a erro, causando danos, de forma ilícita, à Eldorado Brasil Celulose".

O empresário Joesley Batista - Sergio Lima/AFP

Conforme o comunicado divulgado pela  CA Investments, subsidiária da Paper Excellence, nesta quinta, a intimação foi expedida e os citados precisam comparecer em cartório em Cingapura em 21 dias.

Procurada, a J&F devolveu acusações. A empresa dos Batista disse, em nota, que "a família Widjaja, dona da Paper Excellence e da APP, empresa responsável por um calote de US$ 14 bilhões no mercado financeiro internacional, não é muito familiar a governança, transparência e cumprimento de contratos".

Na mesma nota, a J&F disse que a família Widjaja "até hoje, não apresentou quem seria o beneficiário final das suas empresas e vem atuando de maneira irracional, contrária aos interesses da Eldorado, companhia da qual ela é sócia minoritária". 

Segundo a J&F, a ação de Cingapura é datada de fevereiro e viola o estatuto social da empresa, que prevê arbitragem para a solução de conflitos, e as boas práticas do mercado, "ao qual o grupo indonésio tem dificuldade de se adequar".

No mês passado, a CVM encerrou um processo administrativo que apurava reclamação da CA Investments contra a Eldorado. Na ocasião, a autarquia negou pleito da CA para poder nomear um membro efetivo e um suplente para o Conselho Fiscal da Eldorado antes da assembleia ordinária de acionistas da companhia.

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