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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Entidades de empresários minimizam efeito Lula na economia

Soltura de Lula teria sido apenas turbulência política, dizem representantes do setor privado

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São Paulo

Quando a Segunda Turma do STF decidiu julgar a anulação de ações penais contra o ex-presidente Lula na tarde desta terça (25), desenhando um cenário de possível soltura do líder petista no horizonte, o empresariado deu de ombros. Representantes do setor produtivo até consideraram a chance de formação de uma nova crise política, se o tribunal tivesse permitido liberá-lo, mas concluíram que o efeito sobre 
a combalida economia seria nulo a médio prazo.

Mais do mesmo Para José Roriz Coelho, ex-presidente da Fiesp e hoje à frente da Abiplast (associação da indústria plástica), a soltura de Lula teria sido só mais uma turbulência política, que se somaria a tantas outras que o país tem vivido na história recente e às quais já se acostumou. A preocupação do empresariado hoje é outra, segundo ele.

Maturidade “Se acontecer de sair, durante os primeiros dias pode ter problema, mas o maior fator de confiança, hoje, está no encaminhamento das reformas da Previdência e tributária”, disse Roriz enquanto a sessão se desenrolava. José Carlos Martins, da Cbic (construção), foi na mesma linha. “O Brasil está maduro o suficiente para não ser nada demais.”

Só pensam nisso Nelson Mussolini, do Sindusfarma (farmacêuticas), fez eco: a retomada do crescimento depende das reformas. “O ex-presidente, sem qualquer função pública, não traria impacto a médio e longo prazo”, disse.

Inércia A única oscilação se daria no mercado financeiro, o que não afetaria o setor produtivo, segundo Joseph Couri, do Simpi (micro e pequenas indústrias). “Pode ser que bancos tenham uma visão de que vai faltar crédito, o que já não existe para nosso setor. Então nada muda.”

Manifestantes pró-Lula lamentam a decisão da 2ª turma do STF de manter o ex-presidente preso
Manifestantes pró-Lula lamentam a decisão da 2ª turma do STF de manter o ex-presidente preso - Pedro Ladeira/Folhapress

Ressalvas Cresceu a lista dos que se opõem à Medida Provisória 881, a MP da Liberdade Econômica. Entidades enviaram documento à Secretaria Nacional do Consumidor com críticas à medida.

Na lista Alguns dos signatários são Idec (Instituto de Defesa ao Consumidor) e a associação dos Procons. A carta diz que a MP tem redação confusa, o que pode aumentar a judicialização, e que trará consequências negativas como maior dificuldade de regular preços de bens essenciais.

Rede A chinesa Huawei assina nesta quarta-feira (26) um memorando de entendimento para instalar equipamentos da tecnologia 5G no Biotic, parque tecnológico de Brasília, para testes.

Procura-se vaga Aquela cena dolorosa a que o Brasil assistiu em março, de uma imensa fila do mutirão de vagas de emprego no vale do Anhangabaú, na capital paulista, vai se repetir em outros municípios. 

Turnê do emprego Ricardo Patah, presidente da UGT —que realizou o evento em parceria com sindicatos na capital—, levou ao governador João Doria nesta terça a proposta de uma nova agenda de mutirões em destinos como Campinas, Guarulhos e Ribeirão Preto a partir de julho. 

Esperança Patah estima que cada mutirão poderá oferecer pelo menos 2.500 postos e espera atingir dez regiões. 

Tiro errado A indústria de armas murcha suas expectativas diante do vaivém do governo na flexibilização do porte. Enquanto Bolsonaro revogava os decretos nesta terça, multinacionais do setor calculavam que, juntas, elas estão represando cerca de US$ 100 milhões (R$ 385 milhões no câmbio atual) para investir em fábricas no Brasil. 

Na mira Hugo de Paula, representante da tcheca CZ, uma das que planejam investir aqui, ainda tem esperanças. Para ele, o país ainda vai ser um grande mercado. “É questão de tempo.”

Em  A Aidmin (Associação dos Investidores Minoritários) conseguiu manter viva uma ação contra Eike Batista após ter um recurso aceito na segunda instância nesta terça-feira. 

Batalha A ação civil pública movida contra o empresário por perdas com a OGX foi extinta em 2016 no TJ-RJ com a justificativa de que não havia interesse homogêneo, mas a decisão foi revertida. “Ela consolida a ação civil pública como ação de classe de acionistas no Brasil”, diz Aurélio Valporto, presidente da Aidmin.

Tempo, tempo O Inmetro publica portaria nesta quarta-feira (26) para reduzir o tempo de aprovação de instrumentos de medição, como balanças e termômetros. O plano é permitir o uso de laboratórios credenciados.

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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