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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Inverno quente desanima redes de vestuário, que devem antecipar liquidação

Temperaturas amenas ajudam a piorar situação do varejo, segundo entidades

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São Paulo

Os setores de vestuário e têxtil terão nesta sexta-feira (21) mais um motivo de desânimo em 2019: o início do inverno. A estação costuma trazer aquecimento nas vendas, mas neste ano deverá representar uma dor de cabeça, de acordo com associações da indústria e do varejo.

Segundo eles, é impossível ignorar a temporada e não aumentar estoques. No entanto, nada indica que a demanda será alta —e as liquidações, cada vez mais agressivas, devem ser antecipadas.

Tempestade Há uma combinação de fatores ruins para o setor, diz Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário. “Além de esperarmos um ‘não inverno’, sem baixas temperaturas, o mercado está extremamente recessivo. A sensação é que não será bom.”

Previsão Os últimos invernos também foram pouco generosos, segundo Fernando Pimentel, da Abit (associação do setor). “Em 2017 e 2018 também foi complicado. Neste ano havia mais um desejo [de que o inverno ajudasse], mas as previsões não têm indicado frio rigoroso nos principais centros de consumo.”

Fábrica de fios e malharia; inverno não rigoroso deixa indústria reticente
Fábrica de fios e malharia; inverno não rigoroso deixa indústria reticente - Marília Camelo/Folhapress

Minha vez No grupo de executivos da Odebrecht listados entre os credores da recuperação judicial tem gente se movimentando para entrar na Justiça na tentativa de conseguir prioridade no recebimento. Alguns consideram que ficaram muito no fim da fila. 

Morde e assopra Cooperativas ficaram animadas com o aumento do subsídio ao seguro rural previsto no novo plano Safra, anunciado na última terça (18). Foi suficiente até para conter as críticas à alta de juros dos financiamentos.

Na medida “Com a crise, é normal que pesem mais a mão nos juros até que aconteçam as reformas. Ficou de bom tamanho” diz Irineo Rodrigues, presidente da Lar Cooperativa, que espera faturar cerca de R$ 7 bilhões neste ano.

Verde A ameaçada economia da floresta conseguiu incluir no plano normas para o extrativismo. Culturas como de castanhas e óleos terão as menores taxas, de 3% ao ano. O resultado veio de uma articulação de empreendedores sustentáveis, como do instituto Conexsus, que fez parceria com o Banco da Amazônia.

Salário no bolso O Ministério Público do Trabalho ajuizou ação na segunda (17) pedindo que a Avianca libere as guias do seguro-desemprego e o FGTS. O órgão também quer o bloqueio de até R$ 100 milhões de outras empresas do grupo para proteger o pagamento de trabalhadores que ficaram sem ver o dinheiro.

Aquecimento O escritório Mattos Filho vai à Marcha do Orgulho Trans, na sexta (21), dois dias antes da Parada LGBT, em São Paulo. Eles vão dar assistência jurídica a pessoas que queiram trocar de nome, além de distribuir 10 mil cartilhas com orientações atualizadas de acordo com as últimas decisões do Supremo Tribunal Federal.

Burocracia É possível mudar de nome sem a presença de advogado desde o início de 2018, mas a burocracia e a falta de informação dificultam a vida da população trans. Nos últimos anos, grandes escritórios criaram grupos de discussões LGBT.

Custo “A discriminação leva as pessoas para a rua, o desemprego e a prostituição. É difícil que consigam pagar os cerca de R$ 150 cobrados em taxas de cartórios”, afirma Bianca dos Santos Waks, coordenadora de ações pro bono. Em alguns casos, os custos envolvendo a emissão de certidões chegam a R$ 1 mil.

Enlaçado O preço de frete dos Correios aumentou, mas mesmo assim as lojas virtuais ainda dependem da estatal. As empresas até buscaram alternativas nos últimos quatro anos, mas a parcela do ecommerce que utiliza o serviço postal voltou a subir. São 88,6% hoje, segundo a Abcomm (associação do setor) e a ComSchool.

Última perna O frete representa cerca de 65% de todo custo logístico das lojas virtuais, o maior nível desde 2013, de acordo com o levantamento. O restante diz respeito a armazenagem (19,3%) e manuseio (14,8%).

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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