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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Prisão de assessores ligados ao ministro do Turismo põe setor em alerta

Alinhadas com ministério, empresas temem nova mudança no governo

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São Paulo

A prisão de três assessores do ministro Marcelo Álvaro Antônio (PSL) nesta quinta-feira (27) preocupou empresas do setor de turismo. O maior receio não é que a situação arranhe a imagem do país ou impacte a venda de pacotes, mas que a pasta seja alterada radicalmente. Isso tornaria necessário, mais uma vez, recomeçar o diálogo com o governo do zero. Tudo no momento em que as conversas com Brasília têm sido mais produtivas, de acordo com entidades.

Costume O Ministério do Turismo foi criado há pouco mais de 16 anos, em 2003. De lá para cá, foram 14 nomes à frente da pasta. “Uma troca é algo muito ruim, sempre é preciso explicar para o novo ministro o que é o setor. Freia tudo”, diz Orlando de Souza, diretor-executivo do Fohb (que reúne grandes redes de hotel).

Momento Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a continuidade da equipe, mas o setor está numa crescente, segundo Alexandre Sampaio, presidente do conselho de turismo da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

Caribe “Estamos vivendo um dos melhores momentos do turismo brasileiro nos últimos tempos, com conquistas como a questão da abertura [do mercado] para aéreas [estrangeiras] e a maior isenção de vistos. São vitórias muito expressivas. Lamentaríamos muito se o time atual tivesse que sair”, diz Sampaio.

Breque Mesmo que a equipe e o ministro continuem, o risco maior é que a situação atrase discussões já em andamento, como o debate sobre tributação de remessas para o exterior, afirma Gervasio Tanabe, diretor-executivo da Abracorp (associação de viagens de negócios). 

Finanças pessoais O sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, detido em Sevilha com 39 kg de cocaína, já foi processado por deixar de pagar fatura do condomínio em Brasília, mas tem mais de R$ 80 mil em veículos. 

Possante Além de um Chevrolet Cruze fabricado em 2012, que gira em torno de R$ 45 mil no Mercado Livre, ele é proprietário de uma moto Honda PCX 150 —quase R$ 10 mil— e uma Honda NC 750X, de 2018 —outros R$ 30 mil.

Mula qualificada Enquanto Rodrigues conseguiu sair do Brasil levando a droga em um voo da Força Aérea Brasileira, por aqui, a apreensão disparou. Segundo a Receita Federal, o confisco de cocaína saltou de 18 toneladas em 2017 para 31,5 toneladas em 2018. O nível de apreensão era de 2,5 toneladas em 2015.

Agora vai Animada com a chance de aprovação do acordo entre União Europeia e Mercosul, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) fazia simulações na tarde desta quinta. Aumento esperado nas exportações: US$ 9,9 bilhões, alta de quase 24%. Potencial de geração de empregos: 778 mil. 

Porém A ressalva é que, para isso, a oferta da UE em carnes e açúcar não poderia ser tímida. 

Quem ganha Na lista de segmentos mais beneficiados, pelas contas da CNI, estão carne bovina, açúcar, carne de frango, frutas e vegetais, além de têxtil e vestuário, equipamentos de transporte, produtos de metais e de madeira.

Juntos O Brasil vive um momento raro de combinação de vontade política e iniciativa dos órgãos reguladores. Quem falou isso foi Décio Odonne, diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, nesta quinta, durante audiência em comissão do Senado, referindo-se à abertura no mercado de combustíveis. Ele diz que nunca viu essa coordenação em seus 30 anos de atuação na indústria.

Mais fortes “O que a gente tem visto nos últimos tempos é uma ação integrada dos órgãos reguladores, como ANP e Cade, que encontrou agora um guarda-chuva da política, através das resoluções do CNPE [conselho do Ministério de Minas e Energia]”, disse.

Guarda o cartão A deterioração da economia e a queda da confiança dos últimos meses deixaram os consumidores cautelosos. A demanda por crédito recuou 5,7% de abril a maio, já descontados efeitos sazonais, segundo a Boa Vista. 

Tartaruga No acumulado de 12 meses, a alta é de 4,8%, seguindo trajetória de crescimento, mas sem sinal de aceleração na recuperação.

Soluço A venda de imóveis em São Paulo esfriou em abril, de acordo com a Arisp (Associação dos Registradores de Imóveis) e a Fipe. Caiu 5,4% na comparação anual, sem descontar fatores sazonais. 

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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