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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Condenação da Alstom em cartel de trens preocupa especialistas

Brasil tem dependência de empresa impedida de fechar contrato público

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São Paulo

A condenação da Alstom no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pelo cartel de trens na semana passada preocupa especialistas em transportes. Fornecedora do sistema de sinalização das linhas 1, 2 e 3 do metrô de São Paulo, entre outros projetos, a empresa ficou impedida de fechar novos contratos públicos no setor por cinco anos, mas a avaliação é que este mercado tem dependência tecnológica da multinacional e enfrentará dificuldades no futuro.

Estação Um dos focos de alerta é a implantação de um sistema de sinalização por comunicação, que controla o fluxo dos trens no metrô de São Paulo. Conhecido como CBTC, o sistema tem prazo de entrega em 2021. 

Plataforma Os contratos em vigor não serão impactados pelo julgamento do Cade, e após 2021 ainda há um período de garantia de um ano para manutenção. Se depois desse período de manutenção houver problema no sistema na linhas 1,2 e 3, e o Metrô não tiver equipe técnica para reparar, há chances de paralisia no transporte porque a Alstom ainda estará impossibilitada de ser contratada.

Catraca Outro exemplo de preocupação envolve a linha 2, Verde. Em uma futura ampliação dessa linha, seria adequado manter o mesmo sistema de sinalização já existente, segundo especialistas. Caso contrário, a troca de todo o sistema de fornecimento poderia elevar o valor da obra. 

Tecnologia Para o professor Telmo Porto, da Poli USP, o Brasil tem uma dependência muito forte dos sistemas ferroviários e de energia da Alstom. “Por razões tecnológicas, é quase impossível substituir. Vai haver dificuldade na manutenção”, afirma. 

Cartel Na segunda-feira (8), o Cade condenou 11 empresas  e 42 pessoas físicas por formação de cartel em São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O tribunal concluiu que ao menos 26 licitações foram prejudicadas de 1999 a 2013.

Mudança O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) mudou sua sede de Brasília para Belo Horizonte. A ideia é ter uma conexão mais direta com Minas Gerais, que abriga grande parte dos negócios relevantes do setor.

Lamaçal É também em Minas que ficaram concentradas as maiores dores de cabeça da mineração, depois do rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho. A nova localização da sede foi aprovada em reunião do conselho da entidade em junho.

Contra a corrente A gestora Pátria Investimentos enfrenta uma maré de azar no esforço de vender sua participação na DânicaZipco, fabricante de sistemas de isolamento térmico, usados na cobertura de shoppings e galpões industriais.

Barreira A empresa chegou a anunciar venda para a concorrente Kingspan Isoeste, mas a transação terá que ser analisada pelo Cade, após pedido da Perfilor, do grupo ArcelorMittal.

Fogo Para completar, mais recentemente, um dos principais ativos da Dânica, uma fábrica em Aparecida do Taboado (MS), pegou fogo.

Juntos Em 2015, o Pátria deu suporte à fusão entre a Zipco, em que já detinha participação desde 2011, e a Dânica. Procurada, a empresa diz que não comenta suas estratégias de investimento e desinvestimento.


Preparo A América Latina é a região em que seguradoras estão menos preparadas para enfrentar riscos, segundo pesquisa da PwC com 927 empresas em 53 países, incluindo o Brasil. O que mais preocupa são mudanças tecnológicas e riscos cibernéticos.

Na marra As companhias de seguro precisam começar a se mexer, segundo Alex Bertolotti, líder global da consultoria no setor. “Aumentar os mecanismos de controle de dados, lidar com regulação crescente, ao mesmo tempo inovar e fazer tudo isso sem muito dinheiro, porque é preciso aumentar eficiência. É um tempo no mínimo fascinante para seguradoras”, afirma.

com Igor Utsumi e Paula Soprana 

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