Se em parte da indústria a possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador do Brasil em Washington (EUA) foi bem recebida —José Roriz Coelho, da Fiesp, considerou uma oportunidade histórica—, outras áreas empresariais, como varejo e serviços, encaram a medida com reticência.
Em evento do Brasil 200 de apoio ao lançamento da proposta de imposto único na terça-feira (15), representantes de entidades setoriais afirmaram que o senso de urgência das reformas não pode ser desviado por temas ligados à família presidencial.
Bolsonaro está expert em criar “probleminhas paralelos”, segundo Hermes Figueiredo, presidente do Semesp (sindicato de mantenedoras de ensino superior).
“É uma atitude impensada porque temos assuntos como esse [tributário] tão importantes. Não há necessidade de criar tema paralelo que só causará desgastes”, afirmou o presidente do Semesp.
Já Emerson Luiz Destro, presidente da Abad (de atacadistas e distribuidores), afirma que, na prática, o nome do ocupante do posto diplomático em Washington não interfere em seu setor, mas toda especulação atrapalha o cenário positivo de mudanças.
Mesmo que o embaixador possa beneficiar interesses do Brasil devido à ligação direta com o Executivo, alguns acham injusto ter de ser “amigo do rei” para garantir uma boa posição.
“Faz mal à imagem do Brasil. Precisamos de instituições fortes, não de famílias fortes”, afirmou um representante do comércio internacional. "É bom no curto prazo, mas muda [a presidência do] Trump e ficamos como?", questiona.
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