Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Possível ida de Eduardo Bolsonaro para embaixada é bem recebida pela indústria

Para exportadores, deputado pode levar a aproximação com EUA, apesar da pouca experiência

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A notícia da eventual indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por seu pai ao cargo de embaixador do Brasil em Washington foi bem recebida por representantes da indústria e exportadores.

Pode ser uma oportunidade histórica para o setor produtivo, segundo José Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp. “Olhando de maneira pragmática, desde que ele tenha uma boa equipe, já que não tem experiência na função, é chance de estreitarmos a relação com os EUA”, afirma Roriz.

Além do hambúrguer Representantes de segmentos exportadores dizem ver na experiência de Eduardo Bolsonaro como deputado características que podem facilitar a relação com congressistas americanos.

Sem fritura  Há também no setor exportador a avaliação de que Eduardo vai proporcionar comunicação mais ágil entre os governos de Brasil e EUA, sem necessidade de envolver o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Qual minha nota? O Instituto de Defesa do Consumidor diz que vai questionar os quatro birôs de crédito do Brasil (SPC, Boa Vista, Serasa e Quod). A organização quer saber quais são os dados que formarão o escore (a nota de crédito) dos cidadãos, agora que vale a lei do Cadastro Positivo. Uma notificação será enviada no início da semana.

Regras Como ainda carece de regulamentação e de regras do Banco Central —que eram esperadas para esta semana, mas não saíram—, especialistas ligados à privacidade temem que não fique claro que apenas dados financeiros, e não de outra ordem, comporão a nota. 

Aviso Todas as companhias afirmam que só usam dados permitidos por lei. O SPC ainda destaca que não utiliza informações como saldo bancário, origem étnica, posição política, religião e saúde.

Abstenção O número de trabalhadores da construção civil que receberam atestados médicos no último ano está em queda, segundo o Seconci-SP (Serviço Social da Construção). Neste ano, a licença médica foi concedida em pouco menos de 10% das 65 mil consultas realizadas na unidade central da entidade. Em 2017, o percentual era de 12,8%.

Causas Dores nas costas, articulações e inflamações foram os principais motivos de afastamento de funcionários da construção —representaram quase um terço de todas as licenças. Doenças nos olhos (10%) e contusões, traumatismos e entorses (9%) aparecem na sequência.

Disputa Esquentou a corrida pelo protagonismo na reforma tributária. A proposta da Câmara, levada por Baleia Rossi (MDB-SP), enfrenta a concorrência da versão montada no Senado e promovida por Alvaro Dias (Pode-PR). O economista Bernard Appy, que embasa a iniciativa da Câmara, critica a cumulatividade na versão encampada pelos senadores.

Diferenças Ambas querem extinguir tributos para criar um imposto sobre valor agregado (IVA). Na proposta da Câmara, foram escolhidos impostos seletivos em itens como fumo e álcool. A do Senado abrange eletricidade, energia, telecomunicações, combustíveis e outros, diz Appy.

Acumula O imposto seletivo é monofásico, ou seja, cobrado uma única vez, mas não gera crédito. “O problema é que nessa lista deles, eletricidade, combustível e comunicação são insumos importantes. Está criando imposto cumulativo”, afirma. 

Competição Para o economista, a prioridade da reforma tem de ser a eliminação da cumulatividade tributária, evitando onerar investimento e exportações, para elevar a competitividade da produção nacional. “Na proposta do Senado isso volta tudo na forma desse imposto seletivo”, diz Appy.

 

Protagonista A proposta que o Senado decidiu apresentar nesta semana resgata o projeto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly. Foi Alvaro Dias quem levou Hauly a uma reunião da bancada de seu partido, o Podemos, para expor o tema. “Eu seria o primeiro subscritor, mas defendi que teríamos mais força se a proposta fosse da instituição, e não do partido”, disse Dias.

Deixa comigo Dias defende que o Senado é o local mais adequado para tratar do assunto porque representa os estados. “O que queremos é agilizar a tramitação. Se houver diferenças significativas, os adeptos da proposta que está na Câmara poderão também apresentar no debate do Senado. Caberá aos presidentes das duas casas um acordo”, afirma o senador. 

com Igor Utsumi e Paula Soprana 

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.