A empresa de tecnologia e recrutamento Vagas.com vai passar a pedir informações sobre a cor e a raça dos 16 milhões de profissionais cadastrados em seu serviço.
A Vagas.com deu início ao projeto após receber autorização do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro. Só terão acesso à informação empresas selecionadas, com programas para elevar a contratação de negros e que se comprometam formalmente a usar o dado só para ações afirmativas.
Paula Sato, executiva da Vagas.com, afirma que o projeto teve apoio do Instituto Identidades do Brasil, que promove a igualdade racial. A organização ajudou a companhia a elaborar as perguntas de forma respeitosa.
No momento, uma primeira empresa está negociando a assinatura de um termo para poder avaliar currículos conhecendo a cor dos candidatos, diz Sato.
Ela conta que a companhia chegou a pensar em trabalhar em um caminho oposto, adotando o que o mercado chama de currículo às cegas, sem informações como gênero, raça e idade.
Porém, segundo Sato, a empresa não chegou à uma decisão satisfatória sobre quais informações deveriam ser mantidas usando esse modelo de currículo e quais deveriam ser subtraídas. Entre os dilemas estariam deixar ou não visíveis itens como ano de formação ou endereço, que também poderiam gerar exclusão.
O modelo também não funcionaria tão bem no Brasil como em outros países, diz a executiva. Um dos problemas, segundo ela, era linguístico: "Quando a pessoa escreve no currículo que trabalha como engenheiro, já sei o gênero, o que não acontece em inglês".
Leia a coluna na íntegra aqui.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.