Dominó A decisão da gestão Jair Bolsonaro de elevar para US$ 1.000 o limite de compras feitas em free shops, abrindo mão de arrecadação prevista pela Receita Federal, acontece em um momento em que as concessionárias de aeroportos pedem a renegociação de pagamentos ainda devidos ao governo. A medida coloca no setor a discussão sobre quem vai se apropriar dos possíveis ganhos com a mudança, além dos viajantes que poderão consumir mais nos estabelecimentos.
Fatia Mario Portela, presidente da Ancab (associação de concessionárias), diz que elas saem ganhando porque os aluguéis cobrados das lojas dos aeroportos costumam ter uma parcela variável atrelada às receitas de vendas.
Vitrine Portela ressalva que não há previsão para que os aeroportos renegociem os contratos em vigor com as lojas. A Anac afirma que não rege as relações entre as concessionárias e os varejistas.
Silêncio O setor evita tratar do assunto publicamente. Procurados para comentar sobre estimativas de aumento de receita após o definição do novo limite de US$ 1.000, Viracopos e Guarulhos não se manifestaram.
Dureza Em recuperação judicial, o aeroporto de Campinas acumula pedidos de reequilíbrio contratual. Guarulhos também tem feito esforços para renegociar pagamento de outorga.
Bolo Paulo Guedes anda driblando compromissos. Antes de desistir, nesta terça (15), de ir à reunião anual do FMI, em Washington, ele deixou de participar, na segunda (14), de um evento sobre reforma tributária para o qual foi convidado em São Paulo, desapontando organizadores e plateia.
Novatas A procuradoria da câmara dos vereadores de São Paulo emitiu parecer contrário à cessão de espaço para a ABStartups (associação de novas empresas de tecnologia) para instalação de coworking no segundo andar do prédio. Afirma que o uso das dependências por terceiros apenas é permitido em situações que já foram regulamentadas.
No banho A Reload Beleza Positiva, que usa garrafas d’água higienizadas para vender xampu e tem a atriz Maitê Proença entre os sócios, começa a distribuir seus produtos em lojas do Pão de Açúcar.
Presente As vendas no dia das crianças surpreenderam a Associação Comercial de São Paulo. A entidade afirma que houve alta de 3% na primeira quinzena de outubro, quando o esperado era avanço de 2%.
Aula Uma palestra que Marcelo Odebrecht deu para alunos da FGV em um curso de compliance nesta terça (15) gerou polêmica entre professores da casa. Uns acharam prejudicial para a imagem da escola. Outros, que consideraram a iniciativa audaciosa, dizem que muitos de seus pares gostariam de ter tido a ideia.
Lição A visita foi resultado de longa negociação da professora Ligia Maura Costa, que enviou carta a Marcelo na prisão para fazer o convite, no contexto de um curso baseado em obra do professor de Harvard Eugene Soltes, que também estudou as motivações de criminosos de colarinho branco famosos nos EUA.
Condições A palestra do empresário, que agora pode sair de sua casa, teve os celulares de estudantes retidos em uma caixa, acordo de confidencialidade e número limitado de participantes. O evento também não foi noticiado no jornal interno da faculdade.
Presença Procurada pela coluna para comentar sobre a discórdia dos professores, a instituição de ensino diz que seu conselho superior não interfere na liberdade acadêmica de suas escolas, mas irá averiguar se os códigos de ética foram respeitados.
Demanda A taxa de vacância de escritórios de alto padrão em São Paulo caiu no 3º trimestre ante igual período de 2018, segundo pesquisa da Siila. Foi de 21,4% para 18,3%. Giancarlo Nicastro, presidente da empresa, atribui o resultado a uma melhora da economia combinada à baixa entrega de novos empreendimentos corporativos na cidade.
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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