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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Com Lula solto, empresários se dividem sobre futuro da economia

Percepção de altos executivos varia entre receio com insegurança jurídica e fortalecimento do liberalismo

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Divisão A libertação de Lula foi recebida pelo mercado com alta do dólar e queda da Bolsa, reflexo de uma preocupação imediata com risco institucional e incerteza generalizada. Mas na tarde desta sexta-feira (8), enquanto o ex-presidente fazia seu discurso de ataque à Lava Jato, empresários e altos executivos tiveram percepções desiguais, que variavam entre o receio de crescimento da insegurança jurídica até uma aposta no fortalecimento da agenda liberal do governo. 

Calculadora Para o investidor Lawrence Pih, “Lula está com sede de ajuste de contas e reforçará a oposição esquerdista”. Ele prevê que o país entrará em um período conturbado e afirma que o governo Bolsonaro está com apoio popular fragilizado atualmente. 

É a economia “Se as reformas de Paulo Guedes não passarem, o Brasil continuará com crescimento pífio e Bolsonaro pode desistir de seu sonho de segundo mandato”, afirma ele. “Cabe ao Congresso, focar na prioridade de aprovar o pacote do ministro.”  

Revisão Pih foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT nos anos 1980. Passou a condenar o partido após denúncias de corrupção e erros de gestão, sendo também um dos pioneiros a fazer críticas públicas a Dilma Rousseff. 

Tempo ao tempo Felipe Miranda, sócio da Empiricus, pondera que ainda é cedo para fazer previsões e desenhar cenários concretos, mas cogita a hipótese de que a agenda liberal prevaleça. Ele espera que a reação inicial demonstrada pelo mercado nesta sexta-feira se neutralize.

Rebote “Acho que o mercado vai absorver o choque. Pode até ser positivo para as reformas e para Bolsonaro. Ele, em si, não representa nada. Ele é o anti-PT e precisa do antagonista. Talvez se crie um senso de urgência. Veja a Argentina. Se não acelerarmos o passo, podemos ter de novo essa turma no poder”, diz Miranda.

Oposição Gabriel Kanner, presidente do Brasil 200, grupo de empresários ligados a Bolsonaro, como Flavio Rocha (Riachuelo) e Luciano Hang (Havan), vê impactos negativos sobre o ambiente de negócios. “Causa insegurança jurídica e física. Não é só o Lula. Tem outros milhares de criminosos”, diz Kanner.  

Normal Há também os que não prevêem consequência significativa. “Não acredito que a soltura de Lula tenha algum impacto político ou econômico na vida do país neste momento”, disse Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasil.

Reação Os programas de fidelidade estão apertando o cerco contra o comércio secundário de milhas, uma prática crescente em sites que adquirem pontos de consumidores para transformar em passagens aéreas para terceiros.

Distribuição A discussão chegou à Justiça. Em um caso, um cliente com mais de 3 milhões de milhas acumuladas no programa da Latam conseguiu uma liminar para reverter o confisco de seus pontos depois que ele os usou para comprar passagens para mais de 24 pessoas —limite definido pela companhia.

Tem limite O teto deve baixar no futuro. A Azul decidiu que, a partir de 15 de janeiro, cada participante de seu programa só poderá comprar passagens para outras cinco pessoas, cadastradas previamente. A empresa diz ter feito isso para que os demais usuários não sejam prejudicados.

Senha André Fehlauer, presidente da Smiles, diz que não recomenda a venda das milhas por questão de segurança, porque sites que fazem a operação de revenda pedem login e senha do consumidor no programa de fidelidade.

Mensagem O WhatsApp é o canal mais adotado por usuários de internet para falar com empresas no país, diz pesquisa do Instituto QualiBest. Dos participantes, 62% usaram o app nos últimos três meses. Enquanto isso, 49% mandaram email e 47% telefonaram.

Sintomas  Quase metade dos executivos do setor de infraestrutura considera regular a segurança jurídica para investimentos em PPPs e concessões, afirma pesquisa da Abdib (associação da infraestrutura e indústrias de base) com a EY. Mais de 30% avaliam como ruim ou péssima, e só 19% consideram bom ou ótimo. 

Usados Impulsionados por vendas online, os brechós de luxo devem crescer de US$ 25 bilhões em 2018 para US$ 36 bilhões em 2021, chegando a 9% do mercado de grifes, prevê a BCG. Dos clientes que levam peças usadas, 57% voltam para comprar algo novo após conhecerem as marcas.

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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