Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu Coronavírus

Como no 11 de Setembro, viagens de avião terão grandes mudanças após coronavírus, diz presidente da Latam

Jerome Cadier participou do Ao Vivo em Casa desta quinta (7)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Assim como aconteceu logo após os atentados do 11 de Setembro de 2001, o setor de aviação vai passar por mudanças que podem ser definitivas após a pandemi a, disse o presidente da Latam Airlines, Jerome Cadier na transmissão desta quinta-fera (7) do Ao Vivo em Casa, a série de lives diárias da Folha. "Ainda tem muito a aprender sobre o vírus e sobre como ele se propaga e como nos protegemos. Na medida em que for descoberto, faremos os ajustes no atendimento e na experiência de voo", disse Cadier.

Companhias aéreas em todo o mundo começaram a anunciar nos últimos dias que o uso de máscaras passará a ser obrigatório a bordo e durante o embarque. Nem todas as empresas oferecerão o item de proteção aos passageiros e, mesmo entre as que terão a máscara para distribuir, o estoque não deve ser suficiente para todos, ou seja, o passageiro terá de levar sua própria máscara.

Segundo Cadier, o pacote de novas medidas inclui menor interação entre tripulação e passageiros, novas medidas de higienização dentro das aeronaves, alternância de balcões de check-in, espaçamento nas filas e outras.

O executivo evita fazer previsões de preços, mas estima que o cenário pós pandemia terá excesso de capacidade e as companhias vão baixar preço para tentar impedir que suas aeronaves fiquem paradas sem lhes oferecer retorno. "Existe uma tendência de queda de preços para convidar os passageiros a voar.

Além do receio de voar, tanto as empresas como os passageiros que viajam a turismo vão estar em uma situação com economias menores", disse.

Cadier comentou a recente afirmação do presidente da aérea de baixo custo Ryanair, Michael O'Leary, de que seria uma idiotice passar a voar com as poltronas do meio desocupadas para conter o contágio.

O presidente da Latam diz que O'Leary gosta de palavras fortes e que não considera a ideia uma idiotice porque "muitas coisas que não imaginávamos serem possíveis há algumas semanas estamos vivendo hoje". Mas ele avalia como uma ideia bombástica porque um avião de 180 passageiros passaria a ter capacidade de 120 passageiros ou até metade, o que provocaria ineficiência no consumo de combustível e outros gastos.

Na visão do executivo, o setor terá de cortar custos para atravessar a crise. Segundo ele, a redução poderia vir por diferentes caminhos, como aspectos tributários ou trabalhistas. "O ICMS sobre o combustível em SP caiu de 25% para 12%, mas no Chile é zero. Ainda pagamos caro", diz o presidente da Latam. Ele admite a dificuldade na mudança porque envolveria queda na arrecadação neste momento em que o estado já passa por dificuldade.

Em busca de redução de custos, o momento de arrocho na aviação deve levar o setor a tentar colocar em debate a questão das indenizações aos passageiros por contratempos meteorológicos. "O Brasil é um dos únicos países do mundo que responsabiliza a companhia aérea se o aeroporto aqui fecha por motivos de clima. E o passageiro entra na Justiça contra a companhia aérea e pede dano moral. Temos que questionar esse tipo de coisa se quisermos uma aviação saudável", diz.

Segundo o executivo, no entanto, essa é uma reflexão que ainda depende do Judiciário e do Legislativo. "Acho que agora é um momento difícil de colocar essa discussão na mesa porque estamos pensando na emergência no curtíssimo prazo. Mas imaginando a quantidade de voos cancelados nos últimos tempos, quando a gente retomar, se todas essas ações na Justiça derem prosseguimento e as companhias aéreas tiverem que pagar por isso, teremos uma segunda onda de desafio de sustentabilidade", afirma o presidente da Latam.

Todas as quintas-feiras, as lives de economia, organizadas pela editoria de Mercado e pela coluna Painel S.A., vão discutir os desafios de entes públicos, instituições financeiras e empresas de diferentes setores para superarem a crise da Covid-19 e colocarem o país na rota do crescimento.

Programação das lives

  • Segunda-feira

    Poder

  • Terça-feira

    Folhinha

  • Quarta-feira

    Saúde

  • Quinta-feira

    Mercado e Painel S.A.

  • Sexta-feira

    Ilustrada, Turismo e Comida

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.