O aplicativo de relacionamentos Tinder quer diminuir o número de conversas que não passam do "Oi, tudo bem?" entre os potenciais casais.
Enquanto o mundo todo enfrenta um problema comum, na luta contra o coronavírus, o Tinder quer estimular conversas internacionais entre seus usuários nos diversos países. Para isso, a empresa vai lançar na próxima semana o modo batizado de Global, que será gratuito.
O aplicativo estreia na semana que vem em diferentes mercados, inclusive o brasileiro, a ferramenta Conta Mais, um espaço para incluir sugestões de assuntos curiosos no perfil para ajudar a quebrar o gelo.
São ganchos do tipo: "Se eu pudesse ter um super poder, ele seria…" ou "Estou finalmente assistindo...". A resposta é incluída entre as fotos do usuário.
Segundo Elie Seidman, presidente-executivo do Tinder, a empresa monitora indicadores como a quantidade de matches de sucesso (quando duas pessoas se interessam uma pela outra). Com base nesses dados, o aplicativo detecta quais são os desafios comuns aos usuários na evolução de um relacionamento.
"O que as pessoas mais dizem é 'oi', o que não é muito útil", afirma o executivo.
Segundo ele, este é um dos primeiros esforços da companhia na tentativa de criar mais interações para uma nova geração que chega agora aos 18 anos e está começando a usar o Tinder.
Esses jovens, diz Seidman, não diferenciam a experiência offline e online e se acostumaram a ter relacionamentos significativos digitalmente, em especial nos jogos como Animal Crossing e Fortnight.
Enquanto, no mundo físico, assuntos como o tempo ou esportes permitem começar uma conversa leve sem pressão, os games seriam o equivalente virtual.
Em abril, em reação ao distanciamento social e às restrições a viagens impostos pelo coronavírus, o Tinder liberou acesso gratuito ao recurso Passaporte, que permite ao usuário conhecer pessoas de uma região diferente da sua. São Paulo foi a cidade em que a ferramenta foi mais usada no período.
Foram feitos centenas de milhões de matches a partir do Passaporte, que existia como ferramenta paga, diz Seidman.
A ferramenta de chamadas em vídeo, que o Tinder ainda não opera, passará pelos primeiros testes com usuários em junho, disse Seidman.
O executivo afirma que será um recurso gratuito e está em desenvolvimento pela equipe de segurança e privacidade da empresa. Usará inteligência artificial para coibir abusos, segundo ele.
Seidman diz que o coronavírus tende a acelerar a percepção de naturalidade em relação às ferramentas digitais, inclusive entre pessoas mais velhas, como pais e avós que aprenderam a fazer conferências no Zoom recentemente.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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