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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Venda de imóvel cai 65% em abril, primeiro mês cheio da quarentena

Lançamentos adiados na região metropolitana somam valor geral de vendas de R$ 1,5 bi, diz Secovi-SP

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São Paulo

As vendas do mercado imobiliário caíram 65% em abril em relação à previsão feita antes da pandemia para o mês, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação).

O número é importante porque mostra o desempenho do primeiro mês totalmente impactado pela quarentena, diferentemente de março, em que os sinais do isolamento social só foram sentidos a partir da segunda semana do mês.

Os lançamentos adiados na região metropolitana de São Paulo somam um valor geral de vendas de R$ 1,5 bilhão. O resultado é ainda preliminar, segundo Basílio Jafet, presidente do Secovi-SP. A pesquisa completa de abril fica pronta apenas no final de maio, mas a prévia abrange 40 das maiores empresas do mercado.

Com uma redução de vendas em torno de 50%, a categoria conhecida como econômica, de imóveis até R$ 240 mil, sofreu menos do que o mercado de médio e alto padrão, que caíram de 75% a 80%.

"Estamos vendo como adiamento. As pessoas estão adiando. Não vai visitar o decorado, não vai olhar no olho para o corretor. Então é meio complicado. As pessoas têm preferido adiar", diz Jafet.

Apesar do cenário negativo, o presidente do Secovi-SP afirma que dentro do próprio mês de abril foi possível perceber a tendência de uma boa notícia. "Notamos nos últimos 15 dias, a partir do dia 20 de abril, um ligeiro aumento", afirma Jafet. Ele diz ter uma sensação de que os compradores estão em compasso de espera, mas conforme a quarentena vai se prolongando, as pessoas vão fazer a aquisição do imóvel antes do fim do confinamento.

Nas principais construtoras do mercado, todos os lançamentos imobiliários de abril foram postergados e não devem acontecer em maio também. "Isso é um dado importante porque vai impactar os números do ano. Os lançamentos vão ser adiados e devem ser lançados depois que terminar o confinamento. Pode ser até que uma outra resolva não lançar porque tenham mudado as condições de mercado. Mas isso é uma coisa que ainda não dá para avaliar" , diz Jafet.

O levantamento abrange apenas o mercado de imóveis novos, acompanhados pelo Secovi-SP.

O isolamento social impulsionou no setor o desenvolvimento dos plantões de vendas online. "Está indo bem. O pessoal está começando a se acostumar com isso. Algumas incorporadoras estão com uma apresentação maravilhosa, com tecnologia de vídeo em 360 graus, 3D, artifícios para ver no computador em casa", diz Jafet. Ele ressalva, no entanto, que falta a sensação de espaço.

O Secovi esperava que o governador de São Paulo, João Doria, relaxasse a quarentena nesta segunda (11), o que poderia levar à abertura dos estandes de vendas físicos. Segundo Jafet, o setor elaborou e enviou ao governo um plano com novas práticas de segurança para evitar o contágio. A ideia é introduzir medidas como visitas com hora marcada para evitar a presença de duas famílias ao mesmo tempo dentro dos modelos de imóveis decorados, entre outras soluções para proteger a saúde dos corretores.

"São 130 mil corretores que estão neste sofrimento, com essa diminuição brutal do faturamento, pessoas que vivem disso, não têm remuneração fixa", afirma o presidente do Secovi-SP.

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