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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Coronavírus

Donos de bares e restaurantes compraram perecíveis à espera de reabertura postergada por Covas

Juscelino Pereira, dono do Piselli, diz que está preocupado com o estrago dos produtos de hortifrúti

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São Paulo

O anúncio do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de que vai esperar uma semana para reabrir os restaurantes e bares deve causar prejuízo adicional aos estabelecimentos que fizeram estoque de produtos perecíveis acreditando na expectativa de que a retomada aconteceria na segunda (29), segundo donos de restaurantes e entidades do setor.

"Há pessoas que compraram produtos, que têm um tempo de vida útil. Acaba perdendo", afirma Percival Maricato, presidente da Abrasel São Paulo (associação de bares e restaurantes).

Juscelino Pereira, dono do restaurante Piselli - Mathilde Missioneiro/Folhapress

O estrago dos produtos de hortifrúti preocupam Juscelino Pereira, dono da holding Hervilha, que possui o restaurante Piselli na capital paulista. "A gente tinha preparado um menu mais reduzido para a reabertura e agora orientei a equipe para fazer algumas produções e congelar o que der", diz ele.

Para Pereira, os governos estadual e municipal estão prejudicando o setor na pandemia. ​ ​

Humberto Munhoz, sócio da holding de restaurantes Turn de Table, dona de O Pasquim Bar e Prosa, na Vila Madalena, diz que tinha marcado uma reunião com sua equipe na tarde desta sexta (26) para repassar as orientações finais de reabertura.

"Hoje o sentimento foi de 7x1. Trouxemos de volta funcionários que estavam em suas casas no Norte e Nordeste do país, compramos equipamentos de segurança e imprimimos cartazes. Essa falta de planejamento está afundado ainda mais a gente", afirma ele.

Segundo Munhoz, com seu estabelecimento parado quase três meses, foi necessário refazer todo o estoque. Ele diz que os produtos perecíveis, como as frutas e hortaliças, dificilmente conseguirão ser preservados até o próximo posicionamento do prefeito.

Há também um efeito subjetivo, segundo Maricato. "Gera uma insegurança. A gente não sabe bem o que vai acontecer. As pessoas ficam imaginando se virão novos adiamentos. Isso não é bom", afirma.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel nacional, comparou a mudança com as idas e vindas do rodízio na cidade e também fez críticas à condução da crise pelo governador do estado, João Doria. "É aquela situação de abre rodízio, fecha rodízio. São decisões erráticas. O pessoal comprou estoque, chamou funcionário. Tinha gente achando que poderia reabrir até amanhã. Criou expectativas. Todo mundo correu atrás, se preparou, gastou dinheiro que não tem", diz ele.

com Mariana Grazini

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