Déjà vu Um dos maiores entusiastas da CPMF, o empresário Flávio Rocha (Riachuelo) vai renovar a argumentação em defesa do tributo neste momento em que o debate volta à tona com manifestações favoráveis do governo. Ele acredita que o avanço da digitalização impulsionado pelo isolamento social nos últimos meses fortaleceu a tese dos que defendem o retorno do antigo imposto do cheque, hoje revestido com o apelo da tributação às transações eletrônicas.
Carreira solo Rocha, que em maio se desligou do Brasil 200, o grupo de empresários mais identificado com a bandeira, afirma que está trabalhando com especialistas para adaptar os estudos à nova realidade do comércio online.
Imposto do futuro Ele diz que o novo impulso digital foi o “golpe de misericórdia” no IVA, imposto sobre valor agregado que funde Pis e Cofins, proposto na PEC 45, em tramitação na Câmara. “O IVA é um imposto analógico. Não alcança a economia colaborativa, os market places e camelódromos digitais”, afirma.
Imposto do cheque Para Rocha, o IVA rastreia só as mercadorias, enquanto a CPMF pega a movimentação de dinheiro em geral, até as operações ilegais. "É claro que é justo desonerar conta de luz de uma família pobre e aumentar o imposto de um anel de brilhantes. Só que é inócuo, porque o anel já é 90% informal. Só vai empurrar o que sobra de formalidade para a informalidade", afirma.
Cofre Ele diz que o debate da CPMF foi contaminado de preconceito e rejeição de tributaristas porque ela é simples e não gera litígio. “É por isso que o país tem tributaristas bilionários. A CPMF não dá emprego a tributarista.”
Prosa
“O único argumento que está sobrando é esse de querer demonizar a CPMF. Só quem não gostava desse imposto era o sonegador, porque ele é insonegável
Flávio Rocha
dono da Riachuelo
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