A escalada retórica entre os opositores e os defensores da CPMF esquentou nesta sexta-feira (31). A declaração feita por Rodrigo Maia, na quinta, de que votaria contra a proposta e ainda influenciaria alguns congressistas a acompanhá-lo irritou os setores que pedem a volta do tributo. O ex-secretário da Receita Marcos Cintra alfinetou lembrando que o atual presidente Câmara, que hoje se opõe à CPMF, já votou a favor dela em 1999 e 2002.
"Eu era deputado também, e ele votou a favor da CPMF, guiado pelo PFL, que na época fazia parte da base do Fernando Henrique. Se ele é tão convicto do purismo ideológico, então eu estou questionando: por que votou?", disse Cintra.
A resposta de Maia: "Porque o acordo era que estávamos votando a última CPMF. Em 2007, eu votei contra, e o DEM [partido do presidente da Câmara hoje] comandou a campanha Xô CPMF".
Um dos maiores entusiastas do tributo, Cintra também se incomodou com uma declaração do fundador do partido Novo, João Amoêdo. À coluna, Amoêdo disse que "se CPMF fosse bom, seria adotado pela França, não pelo Paquistão".
Cintra, então, rebateu: "Se o IVA fosse bom, seria adotado pelos EUA. E não pela Índia e pelo Brasil", disse.
O IVA é o Imposto sobre Valor Agregado, que está na PEC 45, proposta de reforma tributária que tramita na Câmara com o apoio de Rodrigo Maia.
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